Cometa pode ajudar a desvendar a 'origem da vida'
Em operação inédita, módulo lançado pela sonda espacial Rosetta vai explorar cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko em busca de pistas sobre a formação do Sistema Solar e da vida na Terra
A sonda espacial Rosetta lançou nesta quarta-feira o módulo Philae, na última etapa para tentar pousar no cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko.
A separação do módulo, a 22 quilômetros do cometa, ocorreu às 7h03 de Brasília. O Philae levará sete horas para aterrissar.
Os cientistas estão confiantes no sucesso da operação, inédita. A Agência Espacial Europeia (ESA) espera fazer história ao aterrissar uma sonda em um cometa a 500 milhões de quilômetros da Terra.
A análise da composição do gelo e da poeira na superfície do corpo celeste poderá oferecer novas pistas sobre a formação do Sistema Solar e da vida na Terra.
Uma das teorias sobre o início da vida na Terra postula que os primeiros ingredientes da chamada "sopa orgânica" vieram de um cometa. Estes são considerados alguns dos corpos celestes mais antigos do Sistema Solar.
Obstáculos
Um dos obstáculos nesta fase da operação será pousar na estrutura irregular do cometa - que já foi comparado a um pato de brinquedo. O formato dificulta o cálculo da sua força gravitacional, um dos fatores mais importantes para orbitar a nave ao seu redor e executar os planos de pouso.
Informações iniciais indicam que a superfície do cometa esteja coberta de poeira estelar, com temperaturas de 70ºC negativos.
A missão Rosetta, batizada em homenagem à pedra que possibilitou a tradução dos hieróglifos egípcios, foi planejada na década de 80 e custou ao menos US$ 1 bilhão.
A sonda foi lançada em março de 2004 e desde então já orbitou o sol cinco vezes, ganhando velocidade "surfando" a gravidade da Terra e de Marte.
Para atravessar a parte mais gelada de sua rota, a sonda foi desligada em 2012 e somente reativada em 1º de janeiro deste ano.