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Crateras lunares nas sombras podem ser jovens demais para ter água

Em um estudo das crateras na Lua, pesquisadores descobriram que parte das crateras na superfície lunar podem não ter tido tempo suficiente para acumular gelo

21 set 2023 - 14h02
(atualizado às 16h53)
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Uma nova análise das crateras lunares sugere que as depressões e outras formações na superfície do nosso satélite natural são jovens demais para ter reservas antigas de água congelada. Para os autores, a maioria das crateras em áreas de sombra permanente não têm mais que 2,2 bilhões de anos.

Foto: NASA / Canaltech

Enquanto tentam descobrir a quantidade de água presente na Lua e sua localização, os cientistas vêm estudando as chamadas regiões permanentemente nas sombras (PSRs, na sigla em inglês). Elas são áreas como crateras profundas, onde a temperatura oscila por volta dos -160 ºC.

Algumas estimativas sugeriram que as crateras nestas condições podem ter camadas de gelo chegando a alguns metros de espessura. Contudo, estas estimativas exigem um acúmulo ao longo de bilhões de anos, e o novo estudo sugere que as PSRs talvez não tenham passado tempo suficiente sem luz do Sol para conseguir tal acúmulo.

Mapa da região do polo sul lunar e suas crateras em sombras permanentes, com as respectivas idades (Imagem: Reprodução/Norbert Schorghofer/PSI)
Mapa da região do polo sul lunar e suas crateras em sombras permanentes, com as respectivas idades (Imagem: Reprodução/Norbert Schorghofer/PSI)
Foto: Canaltech

O novo estudo foi feito após outro publicado há um ano, no qual os pesquisadores tentaram resolver a discrepância entre a taxa à qual a Lua está se afastando da Terra e a idade do nosso satélite natural. No fim, eles descobriram que a explicação estava na ressonância entre os dois corpos.

O físico Norbert Schörghofer, coautor do novo estudo, ficou intrigado com a conclusão. "Imediatamente percebi que [o resultado] tinha implicações profundas para a busca por água congelada na Lua", relatou ele. Para entender os novos resultados, vale lembrar que, há cerca de 3,8 bilhões de anos, a Lua e outros corpos do nosso sistema foram bombardeados por cometas e asteroides.

Naquele período, a Lua estava recém-formada e tinha altas temperaturas, e é possível que a água do seu interior tenha sido liberada — e, se PSRs já existissem, poderiam ter capturado parte dela. Agora, os autores sugerem que as PSRs são muito mais recentes; portanto, qualquer gelo que exista nelas deve também ser recente. "A idade média das PSRs é de 1,8 bilhões de anos, no máximo. Não há antigas reservas de água na Lua", acrescentou ele.

A conclusão tem implicações de grande importância para as futuras missões lunares — a NASA, por exemplo, vem buscando lugares para o pouso da missão Artemis III, e um dos critérios para a escolha é a proximidade das PSRs. Por isso, descobrir quais crateras são mais antigas vai ajudar os cientistas a selecionar locais para futuras missões tripuladas e robóticas na Lua.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science Advances.

Fonte: Science Advances; Via: Planetary Science Institute

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