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Curiosity não deve achar vestígios de vida em Marte, diz cientista

Segundo Javier Gómez-Elvira, o robô não possui instrumentos para verificar vestígios da vida no planeta vermelho

12 abr 2013 - 09h11
(atualizado às 09h14)
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<p>O robô da Nasa pousou em Marte no mês de agosto de 2012</p>
O robô da Nasa pousou em Marte no mês de agosto de 2012
Foto: Nasa / Divulgação

O robô Curiosity da Nasa abriu o caminho para demonstrar que Marte e a Terra já foram iguais, mas será muito difícil que esta missão dê o grande salto de encontrar vestígios de vida no planeta vermelho, afirmou Javier Gómez-Elvira, diretor do Centro de Astrobiologia (CAB) da Espanha.

Curiosity: a mais completa sonda em Marte

"O objetivo do Curiosity é saber se Marte foi parecido com a Terra no princípio (de sua evolução)", explicou o cientista à Agência EFE em Viena, durante sua participação na Assembleia-Geral da União Europeia de Geociências, que termina nesta sexta-feira.

Depois do discurso em uma apresentação dos últimos dados coletados pelo veículo explorador Curiosity, Gómez-Elvira disse que essas semelhanças, como a presença de uma atmosfera apta para a vida ou a presença de água na superfície, levam a acreditar que poderia ter havido vida em Marte.

Assim, o planeta vermelho seria "outro bom candidato para ver se o que aconteceu na Terra pode acontecer em outro ponto do Sistema Solar".

No entanto, para o chefe do CAB, um centro misto do Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial (Inta) e do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) não é provável que a missão do Curiosity dê maiores surpresas nesse sentido.

"Seria uma casualidade muito grande se houvesse esse salto", entre outras coisas porque "ele também não possui instrumentos" para isso, explicou. Assim, o Curiosity fica encarregado de dizer se "Marte e a Terra foram parecidos".

"Espera-se que o próximo "rover", que a Nasa vai enviar, em 2020, dê um passo além e tente buscar vestígios de vida", disse, confiante, Gómez-Elvira. Para essa missão de 2020, o CAB apresentou o Solid, um instrumento mais focado à detecção de vida microbiana e que espera que seja aceito pela Nasa.

Em relação às últimas análises realizadas pelo Curiosity na atmosfera de Marte, Sushil Atreya, da Universidade de Michigan, indicou, em entrevista coletiva, que ela apresenta mais evidências de que há milhões de anos foi muito mais grossa e rica e tinha as condições perfeitas para um mundo habitável. Em um processo que durou cerca de 4 bilhões de anos, Marte perdeu entre 85% e 95% de seu volume, afirmou.

O Curiosity chegou a Marte em agosto de 2012 para investigar a história meio ambiental na cratera de Gale, onde se acredita que um dia já houve as condições apropriadas para a existência de vida microbiana.

A Assembleia-Geral da União Europeia de Geociências reunirá até o dia 12 de abril cerca de 10 mil participantes que debaterão os mais variados assuntos como a mudança climática e seus custos, as últimas descobertas relacionadas a recursos naturais ou possíveis avanços no prognóstico de terremotos.

Um dos campos da atualidade que se tratarão é o do polêmico "fracking", ou fratura hidráulica, pelo crescente desenvolvimento dessa tecnologia para explorar o gás de xisto. 

EFE   
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