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Estrelas de sistema binário estão separadas pela menor distância já vista

Pesquisadores descobriram o sistema LP 413-53AB, formado por 2 estrelas anãs ultrafrias. Elas estão tão próximas que levam 17 horas para uma orbitar a outra

1 mar 2023 - 13h28
(atualizado às 16h58)
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Uma equipe de pesquisadores liderada pelo astrofísico Chih-Chun "Dino" Hsu descobriu o sistema binário de estrelas anãs ultrafrias separadas pela menor distância já observada. Chamado "LP 413-53AB", o sistema contém duas estrelas tão próximas uma da outra que elas levam aproximadamente 17 horas terrestres para se orbitarem.

Até então, os astrônomos conheciam apenas três sistemas do tipo, e todos eram relativamente jovens, com até 40 milhões de anos. Já LP 413-53AB parece ter idade semelhante à do Sol, mas tem período orbital cerca de quatro vezes menor que aquele das demais estrelas binárias anãs ultrafrias.

As estrelas anãs ultrafrias do sistema pertencem a uma classe composta por estrelas de massa extremamente baixa, e são tão frias que emitem luz principalmente na porção infravermelha do espectro eletromagnético. Portanto, elas são invisíveis aos olhos humanos.

Os autores encontraram o sistema enquanto exploravam dados arquivados. Depois, Hsu desenvolveu um algoritmo capaz de modelar uma estrela com base nos dados do espectro dela, que pode revelar sua composição química, temperatura, gravidade e rotação.

Foto: NASA/JPL Caltech / Canaltech

Enquanto examinava os dados espectrais de LP 413-53AB, Hsu notou algo estranho: as observações trouxeram dados coletados quando as estrelas estavam quase alinhadas, ou seja, suas linhas espectrais apareceram sobrepostas. Na prática, isso sugeria que havia apenas uma única estrela.

Conforme elas se moviam em suas órbitas, as linhas espectrais mudaram de posição e seguiram para direções opostas, sendo separadas em pares nos dados posteriores; foi assim que Hsu notou que, na verdade, havia duas estrelas. Depois, ele usou o instrumento Near-Infrared Spectrograph (NIRSPEC), do observatório W. M. Keck, para realizar novas observações entre março de 2022 e janeiro de 2023.

Os novos dados confirmaram o que o modelo previu: a distância entre as duas estrelas era, aproximadamente, 1% daquela que separa o Sol e a Terra. "Isso é incrível, porque quando elas eram jovens, com cerca de 1 milhão de anos, estas estrelas estavam quase uma sobre a outra", disse Adam Burgasser, orientador de Hsu.

Para a equipe, as estrelas podem ter migrado uma em direção à outra conforme evoluíram, ou ficaram próximas após um possível terceiro membro estelar ter sido "expulso" do sistema. Mas, para entender melhor o que aconteceu no passado do sistema, novas observações são necessárias.

Agora, Hsu e os demais autores planejam procurar mais sistemas binários de período ultracurto para criar uma amostra de dados completa, que pode fortalecer os modelos teóricos da formação e evolução das estrelas binárias. "Esses sistemas são raros, mas não sabemos se o são porque realmente existem poucos ou porque não os encontramos", disse Chris Theissen, coautor do estudo.

O artigo com os resultados do estudo foi aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal Letters e pode ser acessado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: arXiv; Via: Keck Observatory

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