Estudo indica como se formam complexas formas de nebulosas
8 nov2012 - 17h43
(atualizado às 17h49)
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Um estudo divulgado nesta quinta-feira na revista Science indica que as formas simétricas de nebulosas planetárias são causadas pela ação de estrelas binárias nessas nuvens de gás e poeira. A descoberta dá suporte a uma teoria há muito debatida sobre o que causa a aparência desses objetos.
Estudo indica que par de estrelas "esculpe" nebulosa
Os astrônomos estudavam a nebulosa Fleming 1 com o telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), que tem uma estrela anã branca no seu centro. Essa nebulosa tem jatos extraordinariamente simétricos, em padrões curvos e nodosos - o que causou muito debate por parte dos astrônomos sobre como eles se formam.
Foi uma equipe liderada por Henri Boffin, do ESO, que com observações e modelos em computador explicou como eles se formariam. Ao estudar a radiação emitida pela estrela central da nebulosa, eles descobriram que Fleming tem provavelmente não uma, mas duas anãs brancas no seu centro, orbitando em torno uma da outra a cada 1,2 dias.
"A origem das belas e complicadas formas da Fleming 1, e objetos semelhantes, tem gerado muito controvérsia ao longo de décadas," diz Boffin. "Os astrônomos já tinham sugerido uma estrela binária, mas pensou-se sempre que, sendo esse o caso, o par estaria bem separado, com um período orbital de dezenas de anos ou ainda mais longo. Graças aos nossos modelos e observações, que nos permitiram examinar este incomum sistema com muito detalhe e espreitar até o interior do coração da nebulosa, descobrimos que as estrelas do par se encontram várias milhares de vezes mais próximas entre si."
O que acontece é que uma estrela parecida com o Sol (com até oito massas solares) no final de sua vida ejeta suas camadas exteriores, que formam a nebulosa. O núcleo da estrela (que se transforma numa anã branca) emite muita luz e faz o gás brilhar. O novo estudo indica que existe uma interação entre as duas anãs brancas, que orbitam entre si ejetando material.
Segundo o modelo dos astrônomos, uma estrela atua como "vampira", sugando matéria da outra. A matéria sai de uma anã branca e circula em forma de disco (chamado de disco de acreção) antes ser absorvida pela outra. À medida que as estrelas orbitam uma à outra, elas interagem com o disco, que roda como um pião desengonçado (movimento chamado de precessão).
O movimento de precessão afeta os jatos que são emitidos pelas estrelas e formam a nebulosa, provocando padrões simétricos em torno de nebulosas planetárias como a Fleming 1. As imagens indicam ainda que existe um anel de matéria no interior da nuvem de gás. Segundo os pesquisadores, esse anel é conhecido em outras nebulosas do tipo e parece ser uma assinatura da presença de um par estelar.
"Os nossos resultados confirmam de modo consistente o papel desempenhado pela interação entre pares de estrelas, no sentido de darem forma, ou até formarem, as nebulosas planetárias," conclui Boffin.
Registro das antenas do Alma mostram uma espiral ao redor da gigante vermelha R Sculptoris. Essa estrutura nunca havia sido registrada. Ao redor dela, é possível ver uma concha (que aparece na imagem como um anel) de poeira é gás. Leia mais
Foto: Alma (ESO/NAOJ/NRAO) / Divulgação
Imagem da nebulosa Elmo de Thor foi observada com o VLT no 50º aniversário do ESO. Leia mais
Foto: ESO / Divulgação
O registro do Chandra (em rosa, no centro da nebulosa) é combinado a uma observação de um telescópio óptico. Leia mais
Foto: Nasa / Divulgação
Ilustração mostra o interior do planeta 55 Cancri, que seria composto por grafite e diamanteLeia mais
Foto: Reuters
Concepção artística mostra planeta em sistema com quatro estrelas. É o primeiro planeta desse tipo conhecido e, curiosamente, foi descoberto por astrônomos amadoresLeia mais
Foto: Haven Giguere/Yale/Nasa / Divulgação
Concepção artística mostra o planeta recém-descoberto orbitando as estrelas Alfa Centauri B (mais próxima) e A, no sistema estelar mais próximo da Terra. Leia mais
Foto: ESO/L. Calçada / Divulgação
Astrônomo amador registra suposto óvni nos EUA. Leia mais
Foto: Reprodução
Dragon pousa no Oceano Pacífico após sua primeira missão de levar carga à ISS. Leia mais
Foto: Reuters
Lua Mimas aparece como um pequeno ponto branco no alto de imagem feita pela sonda Cassini. Leia mais
Foto: Nasa/JPL-Caltech/Space Science Institute / Divulgação
Uma equipe internacional de astrônomos criou um catálogo de mais de 84 milhões de estrelas situadas nas partes centrais da Via Láctea. Esta base de dados contém dez vezes mais estrelas que estudos anteriores. A imagem acima foi obtida com o telescópio de rastreio Vista, instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile, e tem 108,2 mil por 81,5 mil pixels, num total de quase 9 bilhões de pixels. Ela foi criada ao combinar milhares de imagens individuais do telescópio
Foto: ESO/VVV Consortium / Divulgação
A maioria das galáxias espirais, incluindo a Via Láctea, possui uma grande concentração de estrelas velhas que rodeiam o centro, zona a que os astrônomos chamam de bojo
Foto: ESO/Nick Risinger / Divulgação
Esta imagem compara o mosaico infravermelho obtido pelo Vista com um mosaico visível da mesma região obtido com um telescópio pequeno. Como o Vista tem uma câmera sensível à radiação infravermelha, consegue ver através da maior parte da poeira que obscurece a visão, fornecendo uma vista desimpedida das estrelas que se situam nas regiões centrais da Via Láctea
Foto: ESO/Nick Risinger / Divulgação
Esta visão em infravermelho mostra diversas nebulosas e aglomerados. Na imagem, podem ser vistas a Messier 8 (conhecida como a Nebulosa da Lagoa), a Messier 20 (a Nebulosa Trífida), NGC 6357 (Nebulosa Guerra e Paz) e NGC 6334 (Pata de Gato). Os demais objetos marcados são aglomerados globulares
Foto: ESO/VVV Consortium / Divulgação
Nave Soyuz TMA-06M com tripulação da Estação Espacial Internacional, o astronauta Kevin Ford (EUA), os cosmonautas Oleg Novitskiy e Evgeny Tarelkin (Rússia), é lançada do cosmódromo de Baikonur
Foto: Reuters
Tripulação da nave Soyuz TMA-06M conversou com os familiares por telefone após chegar à ISS