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Físico americano: estamos perto de marco histórico da conquista espacial

A iminente saída da sonda espacial Voyager I da barreira do Sistema Solar é apontada pelo físico Ed Stone como um feito para a história

6 jul 2013 - 18h44
(atualizado em 8/7/2013 às 10h42)
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<p>O pesquisador americano &eacute; um dos respons&aacute;veis pelo projeto Voyager</p>
O pesquisador americano é um dos responsáveis pelo projeto Voyager
Foto: Marcus Vinicius Pinto / Terra

Um objeto feito pelo homem está próximo de romper a barreira do Sistema Solar. Viajando pelo espaço desde 1977, a sonda espacial Voyager I está em uma zona de turbulência e em pouco tempo pode enviar informações que o homem ainda não conhece. Um dos responsáveis pelo projeto é o físico Ed Stone, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Ele está no Brasil participando da 33ª Conferência Internacional de Raios Cósmicos, que acontece até o próximo dia 9 de julho no Rio de Janeiro, e falou durante 20 minutos para um auditório lotado e uma plateia repleta de cientistas de todas as partes do mundo.

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Depois da palestra, Stone conversou com o Terra sobre as últimas notícias recebidas através da Voyager I. Ele falou sobre a importância do rompimento da barreira do Sistema Solar e as expectativas com novas descobertas. O pesquisador ainda falou sobre a expectativa de encontrar vida fora da Terra. "Eu acredito em vida microbiológica extraterrestre. Agora de vida inteligente não digo, porque na Terra não tivemos vida inteligente até bem pouco tempo atrás. Mas não há dúvidas de que a chave vai ser encontrar vida microbiológica."

Confira os principais trechos da entrevista:

Terra: A Voyager I já ultrapassou a fronteira do Sistema Solar?

Ed Stone: Nós acreditamos que ela esteja no limite, mas ela ainda está no campo magnético do Sol, em um local de transição entre o dentro e o fora do Sistema Solar.

Terra: Como saber se o objeto está dentro ou fora do Sistema Solar?

Stone: Nós olhamos o campo magnético em que ela está envolvida e o campo magnético do Sol direcionado pelo vento. E sabemos a direção para onde ela está indo. E com isso sabemos que ela ainda está conectada com o Sol.

Terra: O que pode significar a saída da Voyager I do Sistema Solar?

Stone: Para a ciência, vai ser a primeira vez que conseguimos um material dentro da matéria solar e que analise a explosão de estrelas de 10 bilhões de anos. Então vamos ver como o ambiente é diferente do que temos dentro do Sistema Solar.

Terra: Existe realmente uma fronteira real entre o Sistema Solar e o resto do espaço?

Stone: Esperamos que quando deixe a bolha, o campo magnético aumente sua velocidade. (A sonda) pode ir muito, muito rápida. Um dia pode ser bem distinto ao outro. E temos que ver como vai ser a turbulência do encontro desse vento solar com esse outro vento de fora. Mas não sabemos, porque nunca estivemos perto disso antes.

Terra: Após quase 40 anos como são as condições da Voyager?

Stone: As duas (sondas, Voyager I e II) estão em ótimas condições. Com a energia vinda da radioatividade natural do plutônio 238, ainda tem metade de vida útil, que é de 88 anos. Mas a eletricidade para fazer com que todos os instrumentos funcionem deve durar até 2020, e provavelmente lá pelo ano de 2015 vamos ter que desligar o que ainda restar de equipamento funcionando. Neste ponto, a espaçonave vai ser um embaixador silencioso na Via Láctea.

Terra: Então 2025 vai ser o limite?

Stone: Sim, vai ser o limite para nossa utilização desde a Terra, porque ela ainda vai continuar orbitando na galáxia para sempre.

Terra: Qual a importância de ter um objeto feito pelo homem cruzando a fronteira do Sistema Solar?

Stone: É um marco histórico ter um objeto que, pela primeira vez, deixa a Terra para nunca mais voltar. E que vai fazer parte das estrelas, da Via Láctea para sempre.

Terra: Que tipo de mensagens ainda podemos esperar da Voyager?

Stone: A Voyager foi para o espaço levando mensagens da Terra em diversas línguas, músicas de culturas diferentes, imagens de como era a Terra no ano de 1977. Na verdade, são mensagens para nós mesmos. Para sentirmos que pela primeira vez podemos estar no espaço para sempre.

Terra: O senhor acredita em vida extraterrestre?

Stone: Eu acredito em vida microbiológica extraterrestre. Agora de vida inteligente não digo, porque na Terra não tivemos vida inteligente até bem pouco tempo atrás. Mas não há dúvidas de que a chave vai ser encontrar vida microbiológica. Encontramos vestígios de que um dia houve água em Marte e isso é porque havia vida microbiológica. E são milhares e milhares de planetas em volta das estrelas e temos que desenvolver tecnologia para poder observar e estudar esses planetas e ver se existe a possibilidade de que alguns deles possam ter vida. Mas, repito, vida microbiológica.  

Fonte: Terra
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