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Marte é próximo destino, diz astronauta que pisou na Lua

29 jan 2013 - 15h50
(atualizado em 4/12/2013 às 17h06)
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Ele foi o segundo a sair da nave e por isso ficou, na história, à sombra de Neil Armstrong. Mas o astronauta Buzz Aldrin estava lá, na missão Apollo 11, na nave que levou o homem pela primeira vez à superfície lunar e em cujo solo foi o segundo a pisar. Um dos destaques da Campus Party Brasil 2013, o astronauta contou aos campuseiros nesta terça-feira sobre sua história, o que fez para chegar à Lua, sua década de alcoolismo e superação, e foi categórico: "Marte deve ser o nosso próximo destino".

O astronauta, um dos primeiros homens a pisar na Lua, é a grande atração da Campus Party Brasil 2013
O astronauta, um dos primeiros homens a pisar na Lua, é a grande atração da Campus Party Brasil 2013
Foto: Bruno Santos / Terra

Aos 84 anos, Buzz - nome que inspirou o boneco-astronauta Buzz Lightyear do filme Toy Story - ainda trabalha na realização do sonho de levar o homem a Marte. "O sonho parece cada vez mais perto de se tornar realidade. A Curiosity está nos mostrando o solo de Marte e espero que chame a curiosidade dos jovens pelo espaço", disse. "Meu foco é Marte. Acredito que podemos chegar lá entre 2035 e 2040", avaliou.

Se na década de 60 a exploração espacial era justificada pela Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, hoje Aldrin acredita que se justifique por toda a inovação gerada por essa viagem. "Chegando ao espaço, melhoramos a vida de todos, criando tecnologia e produtos usados na vida diária. TV, celular e GPS não seria possíveis sem as viagens ao espaço", afirmou.

Desde a década de 80, Aldrin trabalha na ideia de uma órbita permanente entre a Terra e Marte, para aproveitar a melhor distância para chegar ao planeta vermelho. "Os humanos precisam explorar para seguir em frente", disse.

A vida e a Apollo 11

Durante sua palestra na Campus Party, um bem-humorado Buzz Aldrin contou sua hisstória de vida e tudo que fez para realizar o sonho da humanidade de pisar na Lua. Filho de um militar da Força Aérea americana, voou pela primeira vez com o pai aos dois anos. Ele seguiu a carreira do pai, foi oficial da Força Aérea e piloto de caça na Guerra da Coreia, em 1953. Entre 1956 e 1959, foi para a Alemanha, enquanto se acirrava a tensão entre EUA e União Soviética.

Depois do período que passou na Alemanha, Aldrin fez doutorado em astronáutica no Instituto de Tecnologia de Massachussets. "Na minha tese, adaptei meu conhecimento como piloto na Força Aérea para fazer duas naves se encontrarem no espaço, o que foi importante na tecnologia para o pouso na Lua", contou.

Recusado na primeira vez que tentou ingressar na Nasa, participou da missão Gemini como membro da última missão tripulada, onde executou uma atividade fora da nave por cinco horas. "Gemini nos preparou para Apollo 11", contou.

E ele descreve com emoção os momentos que passou na missão que o levou à Lua. "Em julho de 1969, pegamos o elevador e subimos em um magnífico foguete", relembra. "Em 12 minutos, atingimos 17 mil milhas. Durante três horas, fizemos duas órbitas na Terra, para garantir que estava tudo OK. Chegamos à Lua em uma viagem de oito dias."

"No terceiro dia, ligamos a ignição para que a gravidade da Lua pudesse nos acolher. Tínhamos 60% de chance de pousar com êxito e 95% de voltar para casa em segurança. Eu gostava desse número", brincou. Após 13 voltas na Lua, em 20 de julho de 1969, Aldrin foi o segundo homem a pisar na Lua. E ele brinca com isso.

"Houve muita discussão nos últimos 40 anos sobre por que foi Neil o primeiro. Ele era o comandante da missão, e os líderes estão sempre à frente. Ou ele estava mais perto da porta, nunca vou saber", brincou novamente.

"Quando eu desci as escadas, as primeiras palavras que vieram à minha mente foram 'desolação magnífica'. Pisar em um outro mundo pela primeira vez, em uma pasisagem sem vida, atmosfera, um terreno áspero...", contou. Ele lembra que passou cinco horas na superfície, recolhendo pedras, fazendo experimentos, e mostrou uma foto dele tirada por Armstrong, que mostra, no reflexo do seu visor, a nave e o colega de missão. 'As pessoas me perguntam por que essa foto é tão ótima. eu sempre respondo em três palavras: 'localização, localização, localização'."

Alcoolismo

Buzz contou que, no retorno à Terra, não conseguiu lidar com a fama e a exposição originadas com a ida à Lua. "O mundo nos deu as boas-vindas como heróis, atingimos o impossível quando nos unimos como uma nação", disse. "Eu tinha alcançado o topo da carreira, mas sem apoio, comecei a beber como saída para a depressão."

"Me tornei uma pessoa problemática, me divorciei, perdi uma década inteira. Mas demorou um tempo para perceber que sou apaixonado pelo espaço. Hoje, eu digo que estou há 34 anos sem beber", contou, sendo aplaudido pelos participantes do evento.

Campus Party Brasil 2013

A sexta edição da Campus Party Brasil, uma das maiores festas de inovação, tecnologia e cultura digital do mundo, acontece entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro no Anhembi Parque, em São Paulo. Na Arena do evento, 8 mil pessoas têm acesso à internet de alta velocidade e a mais de 500 horas de palestras, oficinas e workshops em 18 temáticas, que vão desde mídias sociais e empreendedorismo até robótica e biotecnologia. Cinco mil desses campuseiros passam a semana acampados no local.

A 6ª edição traz ao Brasil nomes como o astronauta Buzz Aldrin, um dos primeiros homens a pisar na Lua, e o fundador da Atari, Nolan Bushnell. Em sua sexta edição em São Paulo, a Campus Party também teve no ano passado a primeira edição em Recife (PE). O evento acontece ainda em países como Colômbia, Estados Unidos, México, Equador e Espanha, onde nasceu em 1997.

Nas edições brasileiras anteriores, o evento trouxe ao País nomes como Tim Berners-Lee, o criador da Web; Kevin Mitnick, um dos mais famosos hackers do mundo; Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos; Steve Wozniak, que fundou a Apple ao lado de Steve Jobs; e Kul Wadhwa, diretor-geral da fundação Wikimedia,que mantém a Wikipédia.

O Terra cobre o evento direto do Anhembi Parque e, além do canal especial Campus Party Brasil 2013, os internautas podem acompanhar as novidades pelo blog Direto da Campus. Para seguir a festa pelo Twitter, basta acompanhar a hashtag oficial do evento, #cpbr6.

 

Fonte: Terra
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