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Mulher chegava ao espaço pela primeira vez há 50 anos

Para o astronauta brasileiro Marcos Pontes, elas têm o mesmo desempenho que qualquer astronauta do sexo masculino

16 jun 2013 - 11h58
(atualizado às 11h58)
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<p>A preparação de Valentina Tereshkova, então com 26 anos, incluiu intensos testes físicos</p>
A preparação de Valentina Tereshkova, então com 26 anos, incluiu intensos testes físicos
Foto: AP

As mulheres marcaram cedo seu território no espaço. Cinquenta anos atrás, em 16 de junho de 1963, apenas dois anos após a primeira missão tripulada, a russa Valentina Tereshkova tornou-se a primeira representante do sexo feminino a viajar ao espaço.

Depois dela, no entanto, passaram-se 20 anos até que, em 1983, a segunda mulher, desta vez a americana Sally Ride, deixasse a Terra. Agora a chinesa Wang Yaping foi a 57ª mulher a participar de uma viagem espacial. Além dela, várias representantes do gênero feminino produziram feitos que contribuíram para que aquele período dominado pelos homens ficasse bem sedimentado no passado.

Marcos Pontes, o astronauta brasileiro, conheceu Valentina pessoalmente. “É uma pessoa admirável em todos os sentidos, não apenas pela missão espacial, mas por ser uma mulher de decisão, inclusive na política”, destaca.

Instado a citar uma mulher que tenha se destacado no espaço, Pontes lembra Eileen Marie Collins. Em 1995, a bordo da nave Discovery, tornou-se a primeira mulher a pilotar um ônibus espacial. Dez anos depois, em sua quarta e última missão, comandou a STS-114, a primeira após o desastre da Columbia, que matou sete astronautas, em 2003. “Tive o prazer de voar várias vezes com ela de T-38 (avião supersônico). Uma profissional magnífica e uma pessoa muito especial ao mesmo tempo”, afirma Pontes.

Entre as várias missões espaciais com participação feminina, algumas estão incluídas nos principais registros da história astronáutica. Em 1984, Kathryn Sullivan destacou-se por ser a primeira astronauta mulher a empreender atividades extraveiculares, em uma caminhada espacial da missão STS-41-G, da Challenger.

<p>O primeiro homem a caminhar no espaço, Alexei Leonov, acompanha a compatriota Valentina Tereshkova, a primeira cosmonauta da história, em cerimônia de recepção a astronautas em 7 de junho de 2013</p>
O primeiro homem a caminhar no espaço, Alexei Leonov, acompanha a compatriota Valentina Tereshkova, a primeira cosmonauta da história, em cerimônia de recepção a astronautas em 7 de junho de 2013
Foto: Reuters

Já Peggy Whitson foi a primeira mulher a comandar uma missão na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), em 2007. Após duas missões na ISS, ela acumulou 376 dias longe da Terra. “A Peggy é forte, decidida. Uma líder”, define Pontes.

Pontes foi colega de turma de Eileen, Peggy e Sunita Williams, a quem considera uma das melhores astronautas da história da Nasa. “Incluindo todos os homens”, acrescenta. Sunita detém o recorde de viagem espacial mais longa realizada por uma mulher. Ela permaneceu 195 dias em missão na Estação Espacial Internacional. Deixou a Terra em 10 de dezembro de 2006 e retornou em 22 de junho de 2007.

Outra ex-colega do brasileiro é Barbara Morgan, que ele define como “uma das pessoas que mais admira no mundo”. Já Shanon Lucid, com quem Pontes dividiu seu escritório durante um ano no JSC (Johnson Space Center), é tida por ele como “fantástica”.

Em 16 de junho de 1963, a russa Valentina Tereshkova tornou-se a primeira representante do sexo feminino a viajar ao espaço
Em 16 de junho de 1963, a russa Valentina Tereshkova tornou-se a primeira representante do sexo feminino a viajar ao espaço
Foto: AP

Desempenho

Para Marcos Pontes, de forma geral, as condições de vida no espaço e o treinamento prévio a que são submetidos os astronautas não são empecilho à maior participação de mulheres nas missões. “Elas têm o mesmo desempenho que qualquer astronauta do sexo masculino”, pondera.

A preparação para a missão pioneira de Valentina Tereshkova, na época com 26 anos, incluiu horas de centrífuga, testes de isolamento, voos em um jato MIG 15 e mais de uma centena de saltos de paraquedas, além de aulas de engenharia espacial. Para a sorte de candidatos e candidatas, o uso de centrifugadoras foi abandonado e trajes espaciais foram desenvolvidos de maneira a reduzir os efeitos colaterais indesejáveis provocados pela força da gravidade.

Na avaliação de Pontes, as dificuldades existentes às mulheres são contornáveis e relativas à fisiologia feminina. “A higiene pessoal a bordo é um pouco mais difícil e o ciclo menstrual, durante os meses no espaço, talvez tenha que ser controlado”, acredita.

E quando teremos uma brasileira nesta relação? “Boa pergunta”, responde Pontes, para depois emendar: “Haverá turistas, sem dúvida, nos próximos anos.” Para ele, uma verdadeira astronauta, ou seja, uma real tripulante, ainda depende de muitas situações. “Eu tenho algumas ideias de como adiantar isso. No tempo certo, talvez ainda este ano, eu inicio a execução e apresentarei”, revela. É esperar para conferir.

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