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O que se sabe sobre a queda da estação espacial Tiangong-1 no Pacífico

Especialistas dizem que grande parte da estrutura tenha se desintegrado no caminho de volta ao planeta; astrônomo diz que queda teria sido perto da ilha de Taiti.

2 abr 2018 - 07h39
(atualizado às 08h29)
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Estação espacial chinesa Tiangong-1
Estação espacial chinesa Tiangong-1
Foto: BBC News Brasil

A estação espacial chinesa Tiangong-1 praticamente se desintegrou ao reingressar na atmosfera terrestre acima do Pacífico Sul neste domingo, apontam relatos da China e dos Estados Unidos. Seus destroços teriam caído no mar.

O reingresso na atmosfera ocorreu por volta das 21h15, no horário de Brasília, disse o Escritório de Engenharia Espacial Tripulada da China.

Grande parte da estrutura acabou queimada no caminho de volta ao planeta.

A Tiangong-1 foi lançada em 2011 para realizar exercícios de acoplagem em órbita.

Parte dos esforços da China para construir uma estação espacial tripulada mais permanente até 2022, a estação estava desocupada desde 2013 e parou de funcionar em março de 2016, ano em que os chineses perderam a comunicação com ela.

O que sabemos sobre o que aconteceu?

As autoridades espaciais têm dado a indicação bastante vaga "acima do Pacífico Sul" sobre o local da queda.

Especialistas dos EUA no Comando de Forças Espaciais Conjuntas disseram ter usado tecnologia de análise de órbita para confirmar a reentrada da Tiangong-1 na atmosfera terrestre.

Houve dificuldades, no entanto, para prever exatamente onde sua reentrada ocorreria - e, pouco antes da hora, a agência espacial chinesa sugeriu erroneamente que seria perto de São Paulo, no Brasil.

No Twitter, o astrônomo Jonathan McDowell, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, postou que a estação, na verdade, parece ter caído a noroeste da ilha de Taiti, na Polinésia Francesa.

A Agência Espacial Europeia também havia previsto que ela provavelmente se desintegraria sobre o mar, que cobre grande parte da superfície da Terra. E que as chances de alguém ser atingido por fragmentos eram "10 milhões de vezes menores do que a de ser atingido por um raio, anualmente".

Não está claro quantos destroços atingiram intactos a superfície terrestre.

Por que o laboratório espacial caiu assim?

Idealmente, a Tiangong, que possuía 10 metros de comprimento e pesava oito toneladas, teria sido retirada de órbita de forma planejada.

O plano era, como tradicionalmente ocorre, usar seus propulsores para conduzir a estação em direção a uma zona remota sobre o Oceano Antártico. Esta opção parece, no entanto, não ter ficado disponível após a perda das conexões de comando em 2016.

Treze agências espaciais, sob a liderança da Agência Espacial Europeia, usaram observações ópticas e de radar para seguir o caminho de Tiangong ao redor do mundo.

Curiosidades sobre a estação espacial chinesa

Este é o maior objeto espacial a cair do céu?

Tiangong certamente era considerada de grande porte para objetos de reentrada descontrolados, mas estava longe de ser o maior, historicamente. O astrofísico Jonathan McDowell estima que ele seja apenas o 50º nessa lista.

O Skylab da agência espacial norte-americana é um dos exemplos apontados como maiores. Ele tinha quase 80 toneladas em massa quando voltou parcialmente descontrolado em 1979. As peças atingiram a Austrália Ocidental, mas ninguém no solo ficou ferido.

Outro caso de objeto de grande porte classificado como de reentrada descontrolada é o do ônibus espacial da Nasa, o Columbia. Sua massa era superior a 100 toneladas quando fez seu trágico retorno da órbita em 2003. No episódio, houve a destruição total da estrutura e toda a tripulação, composta por sete astronautas, acabou morrendo. Ninguém no solo, porém, foi atingido pelos destroços - espalhados pelos estados americanos do Texas e da Louisiana.

Laboratório

A China lançou um segundo laboratório, o Tiangong-2, que continua operacional. Ele foi visitado por um cargueiro de reabastecimento, Tianzhou-1, no ano passado.

Espera-se que a futura estação espacial permanente da China compreenda um grande módulo central e dois módulos auxiliares menores, e que esteja em operação no início da próxima década.

Um novo foguete, o Long March 5, foi introduzido recentemente para realizar o trabalho pesado que será necessário para levar o módulo principal a órbita.

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