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Planeta 9 pode ser finalmente encontrado — se ele possuir luas

Se o hipotético Planeta 9 existir mesmo, os cientistas podem encontrá-lo nos confins do Sistema Solar procurando pelo calor de suas luas

23 fev 2023 - 18h31
(atualizado às 22h34)
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Alguns astrônomos ainda estão à procura do Planeta 9, um mundo hipotético no Sistema Solar tão distante do Sol que não reflete luz solar e, portanto, não pode ser observado pelos telescópios. Mas, segundo um novo estudo, os cientistas terão mais chances de encontrá-lo caso haja luas em sua órbita.

O Planeta 9 foi proposto pela primeira vez em 2016 para explicar a órbita estranhas de alguns ETNOs (sigla para objetos transnetunianos extremos, ou seja, além da órbita de Netuno). Nessa região, fica o Cinturão de Kuiper, o lar congelado de Plutão.

Um objeto é considerado ETNO se o seu periélio (o ponto orbital em que o objeto fica mais próximo do Sol) é maior do que trinta unidades astronômicas e se o afélio (ponto em que ele fica mais afastado do Sol) é superior a 150 unidades astronômicas. Uma unidade astronômica corresponde à distância média entre a Terra e o Sol.

Porém, alguns ETNOs são um pouco diferente dos demais — suas inclinações se elevam acima dos 30 graus geralmente observados no Cinturão de Kuiper. Isso significa que esses objetos intrigantes estivessem fora do disco do Sistema Solar. Por isso, dois cientistas investigaram e publicaram um artigo que usava um planeta hipotético para explicar essas órbitas.

A ilustração no lado superior mostra algumas órbitas, incluindo a do Planeta 9, muito além de Netuno; abaixo, os planetas do Sistema Solar em escala comparados com o planeta hipotético (Imagem: Reprodução/James Tuttle Keane/Caltech)
A ilustração no lado superior mostra algumas órbitas, incluindo a do Planeta 9, muito além de Netuno; abaixo, os planetas do Sistema Solar em escala comparados com o planeta hipotético (Imagem: Reprodução/James Tuttle Keane/Caltech)
Foto: Canaltech

Apesar de todos os esforços para tentar encontrar esse planeta, os astrônomos não encontraram nada. Mas se o novo estudo estiver certo, eles podem detectar algumas luas ao redor do Planeta 9 por meio de ondas de rádio muito fracas.

Em seu artigo, submetido à revista The Astrophysical Journal, Man Ho Chan, astrônomo da Universidade de Educação de Hong Kong, usou estimativas do tamanho e gravidade do Planeta 9 para deduzir quantas luas ele poderia ter. O cálculo foi baseado na distribuição de ETNOs onde o planeta hipotético poderia estar.

Outro critério foi que os objetos pequenos deveriam estar próximos o suficiente do planeta para serem puxados para uma órbita permanente. Assim, o pesquisador descobriu que até 20 pequenas rochas poderiam existir ao redor do Planeta 9, cada um com cerca de 100 quilômetros de diâmetro.

Caso a proposta esteja correta, os pesquisadores poderiam localizar o Planeta 9 de uma maneira bem simples: procurando essas luas pelo calor. Embora estejam muito longe do Sol para se aquecerem, elas ainda esquentariam devido aos efeitos gravitacionais do planeta. Esse efeito é conhecido como aquecimento das marés.

Foto: Kevin Gill/Flickr / Canaltech

Quando energia gravitacional é exercida por um corpo massivo sobre outro, ela é parcialmente convertida em energia cinética — é isso que leva os objetos a se aproximarem em espiral, muitas vezes caindo uns nos outros. No processo, ela também se dissipa como calor em um ou em ambos corpos.

Um exemplo extremo do aquecimento gravitacional é Io, a lua vulcânica de Júpiter. Seu núcleo é derretido devido à força gravitacional de Júpiter de um lado, e das demais luas galileanas do outro. Esse mesmo tipo de aquecimento ocorre com outros corpos em um sistema.

Portanto, não seria de admirar que as luas do Planeta 9 se aqueceriam, tornando-se mais quentes que outros ETNOs vizinhos. A temperatura seria de 173 °C, muito fria para nós, humanos, mas ainda quente demais em comparação a objetos mais solitários do Cinturão de Kuiper.

Se o Planeta 9 realmente existir e possuir luas ao seu redor, seria possível detectar esse calor usando radiotelescópios em busca de sinais fracos de rádio. "Isso fornece uma nova maneira indireta de examinar a hipótese do Planeta Nove e revelar as propriedades básicas do Planeta 9", disse o autor do artigo, disponível no arXiv.org.

Fonte: arXiv.org; Via: Space.com

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