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Robô da Nasa acha moléculas orgânicas e gás metano em Marte

O gás metano na Terra tem fortes conexões com a vida; achado foi mais um indício de que Marte já teve condições de abrigar a vida microbiana

16 dez 2014 - 19h29
(atualizado em 17/12/2014 às 09h05)
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<p>O ve&iacute;culo explorador Curiosity perfura rocha em Marte, em maio</p>
O veículo explorador Curiosity perfura rocha em Marte, em maio
Foto: NASA / Reuters

A presença de metano na atmosfera de Marte e de elementos químicos orgânicos no solo do planeta vermelho são as mais recentes e provocantes descobertas do veículo explorador Curiosity, da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), na busca de pistas sobre a possibilidade de vida extraterrestre, declararam cientistas nesta terça-feira.

Os cientistas da Nasa disseram que o Curiosity captou irrupções esporádicas de metano, um gás que na Terra tem fortes conexões com a vida, na atmosfera ao redor de seu local de pouso, na cratera Gale.

O veículo também encontrou elementos químicos orgânicos no solo marciano, declararam os cientistas em uma entrevista coletiva transmitida pela Internet no Sindicato Americano de Geofísica em San Francisco.

O Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia, emitiu um comunicado à imprensa dizendo que o veículo-robô mediu “um pico dez vezes maior” de metano na atmosfera ao seu redor e que detectou outras moléculas orgânicas em uma amostra coletada por uma furadeira robótica.

O metano na atmosfera marciana e produtos químicos orgânicos no solo de Marte são as mais recentes conclusões do robô Curiosity da NASA em sua missão para encontrar pistas sobre a possibilidade de vida extraterrestre
O metano na atmosfera marciana e produtos químicos orgânicos no solo de Marte são as mais recentes conclusões do robô Curiosity da NASA em sua missão para encontrar pistas sobre a possibilidade de vida extraterrestre
Foto: Nasa / Reuters

"Há muitas fontes possíveis, biológicas e não biológicas, como a interação entre água e rocha", afirmou Sushil Atreya, membro da equipe de ciência do Curiosity e da Universidade do Michigan na cidade de Ann Arbor, no informe à imprensa.

As últimas descobertas combinam mais de dois anos de dados coletados pelo robô desde seu pouso dentro da cratera Gale em agosto de 2012.

Na semana passada, os cientistas disseram ter determinado que bilhões de anos atrás um lago preenchia a cratera de 154 quilômetros de largura sendo explorada pelo Curiosity. Este achado foi mais um indício de que Marte, o planeta mais parecido com a Terra no sistema solar, já teve condições de abrigar a vida microbiana.

Pouco depois de pousar, o Curiosity descobriu que Marte já teve os ingredientes químicos e as condições ambientais necessárias para sustentar a vida microbiana, cumprindo o objetivo primordial de sua missão.

O veículo, que percorreu cerca de 8 quilômetros desde seu pouso, tem explorado uma área conhecida como Monte Sharp, onde foram encontradas rochas contendo sedimentos depositados pela água, para saber se existiram ambientes acolhedores à vida durante tempo suficiente para que ela evoluísse.

“Continuaremos a trabalhar nos quebra-cabeças que estas descobertas apresentam”, declarou John Grotzinger, cientista do projeto Curiosity do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena.

O cientista participante Roger Summons, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), disse: “O desafio agora é encontrar outras rochas no Monte Sharp que possam ter inventários diferentes e mais amplos de compostos orgânicos”.

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