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Rússia se nega a dividir Estação Espacial com a Nasa em 2020

"Nos preocupa continuar desenvolvendo grandes projetos de alta tecnologia com um sócio tão pouco confiável como os Estados Unidos, que politizou tudo e todos", disse o primeiro ministro russo

13 mai 2014 - 21h35
(atualizado às 21h36)
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<p>Estação representa o único ponto do espaço ocupado por nossa espécie, além da Terra</p>
Estação representa o único ponto do espaço ocupado por nossa espécie, além da Terra
Foto: Nasa / Reprodução

Nesta terça-feira, a Rússia anunciou que, a partir de 2020, não permitirá mais a presença de astronautas norte-americanos da Nasa na Estação Espacial Internacional. O anúncio chega em um momento de tensão diplomática entre EUA e Rússia, que está sendo submetida a sanções por seu papel na crise da Ucrânia.. As informações são do portal Vox e da agência EFE.

A estação - que representa o único ponto do espaço ocupado por nossa espécie, além da Terra - pertence aos dois países, mas a Nasa, atualmente, usa foguetes russos para acessar o lugar. 

"O segmento russo pode existir independentemente do americano. Já o americano, depende de nós" disse o vice-primeiro ministro russo, Dmitry Rogozin, durante o anúncio.

No entanto, os astronautas russos também dependem da Nasa. O segmento dos EUA ocupa a maior parte da Estação Espacial, por área. Além disso, seus painéis solares fornecem a maior parte da eletricidade do local. 

O vice-primeiro-ministro afirmou que a Rússia se comportará de "maneira pragmática" e não colocará impedimentos ao trabalho dos americanos.

Além disso, contou que a Rússia suspenderá a partir do dia 1º de junho o funcionamento em seu território das 11 estações americanas do sistema de navegação GPS.

Rogozin explicou que Moscou só modificará esta decisão se os EUA aceitarem instalar em seu próprio território a infraestrutura do sistema de navegação por satélite russo GLONASS, caso contrário a suspensão será definitiva a partir de 1º de setembro.

"Nos preocupa continuar desenvolvendo grandes projetos de alta tecnologia com um sócio tão pouco confiável como os Estados Unidos, que politizou tudo e todos", disse.

De qualquer forma, os dois astronautas norte-americanos e os três cosmonautas russos que, atualmente, estão a bordo da Estação Espacial Internacional, não serão afetados com tal anúncio. 

O difícil é imaginar a estação funcionando sem a presença dos dois países. Afinal, ela foi projetada para operar sob o comando de ambos os países. Há, inclusive instruções dos centros de comando em Houston e Korolyvov para mantê-la em funcionamento.

As agências espaciais da Rússia, Roscosmos, dos Estados Unidos, Nasa, e europeia, ESSA, concordaram em prolongar pelo menos até 2020 a vida da plataforma orbital, que conta com a participação de 16 países.

Rogozin negou que as medidas possam ser interpretadas como sanções ou medidas de represália, mas como "um bumerangue" que se volta contra aqueles que impuseram sanções contra a Rússia por seu papel na crise ucraniana.

O vice-primeiro-ministro disse ainda que Moscou irá estimular a cooperação com os países da Ásia e do Pacífico na busca de projetos conjuntos para a conquista do espaço.

EUA acreditam que cooperação espacial deve continuar

Os Estados Unidos disseram que acreditam que a "longa cooperação espacial" com os russos irá continuar apesar do anúncio feito pelos russos.

"Tivemos uma longa cooperação em nosso programa espacial com os russos e temos a esperança de que continuará", disse hoje a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, durante sua entrevista coletiva diária.

"Ainda seguimos cooperando em uma série de assuntos", afirmou Psaki. Segundo a porta-voz, russos e americanos continuam trabalhando juntos em assuntos relativos à pesquisa espacial. "Ou seja, temos a esperança de poder continuar o trabalho com os russos neste assunto", frisou.

Fonte: Terra
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