Cassini encerra missão com "mergulho" nos anéis de Saturno
Após 19 anos no espaço, a sonda (radar) Cassini está em sua última missão. A sonda está na órbita de Saturno e deve começar hoje (26) uma série inédita de mergulhos para explorar os anéis do planeta. Espera-se que ela capte imagens novas entre as luas de Saturno. De acordo com a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), Cassini passou pela última lua de Saturno no sábado (22) e atingiu a gravidade do planeta, para encerrar sua missão com a execução de 22 órbitas.
Após executar a sequência de giros entre os anéis, Cassini vai se aproximar cada vez mais da superfície do planeta, até colidir-se com ele.
Segundo a Nasa, Cassini usou a orla gravitacional de Titã, uma lua semelhante à Terra para se lançar na órbita até então desconhecida, entre as nuvens de Saturno e seus anéis. Cassini deve completar os 22 mergulhos no dia 15 de setembro, quando deve ser destruída, voando diretamente para a atmosfera de Saturno.
No sábado, o radar passou pela 127ª vez pela órbita de Titã e foi programada para iniciar sua tarefa final atingindo a atmosfera dos anéis. Durante a sequência, Cassini vai medir a quantidade de gelo e analisar a composição química dos materiais ao redor dos anéis. Os cientistas da Nasa esperam colher informações importantes para descobrir do que os anéis são feitos.
Além disso, espera-se coletar informações na atmosfera do planeta para calcular a dimensão do núcleo rochoso de Saturno.
Cassini começou sua missão em Saturno e suas 62 luas conhecidas em 2004 e segundo a Nasa está com pouco combustível. Os responsáveis pelo projeto decidiram encerrar a missão com o mergulho na superfície de Saturno, para evitar que Cassini colida-se com Titã.
A sonda fez uma última aproximação de Titã no dia 21 de abril e os dados foram transmitidos para a Terra. Foram coletadas imagens e dados por radares que agora serão analisados durante várias décadas por cientistas, porque segundo a Nasa há um volume muito grande de informações.
Cassini foi lançada em 15 de outubro de 1997 na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral. O projeto envolveu 17 países e teve um custo de cerca de US$ 3,26 bilhões de dólares.
A geóloga e astronauta brasileira Rosay Lopes integra a equipe do radar na Nasa desde de 2002.