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Cassini mergulha em Saturno pela última vez e encerra missão

15 set 2017 - 09h21
(atualizado às 09h46)
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Sonda Cassini em voo sobre o polo norte de Saturno
Sonda Cassini em voo sobre o polo norte de Saturno
Foto: Reuters

A sonda Cassini fez uma imersão na atmosfera de Saturno nesta sexta-feira (15), colocando fim à missão espacial de 20 anos que revolucionou o conhecimento científico sobre o planeta gasoso.

Cassini foi a primeira nave espacial a orbitar ao redor de Saturno. Em sua missão final, a nave enviou imagens e informações únicas sobre Saturno antes de se desintegrar na atmosfera do planeta. A Nasa confirmou que a sonda perdeu contato com a Terra às 8h55 (hora de Brasília), como previsto, e queimou nos céus sobre Saturno.

"Essa é a primeira vez que uma nave espacial explora essa região única de Saturno, uma conclusão dramática para uma missão que revelou tanto sobre o planeta anelado", escreveu a Nasa em seu site.

A sonda Cassini foi lançada em 1997 e atingiu a órbita de Saturno em 2004, com o objetivo de estudar os anéis, luas e o campo magnético do planeta. Ao todo, a sonda orbitou quase 300 vezes ao redor de Saturno.

"Cassini-Huygens é uma missão de descoberta extraordinária, que revolucionou nosso entendimento sobre o Sistema Solar", diz Alexander Hayes, professor de astronomia da Universidade de Cornell, em Nova York.

Earl Maize, cientista da Nasa responsável pela missão, diz que a nave espacial foi capaz de explorar "os mistérios científicos e quebra-cabeças" do espaço.

"Grand Finale"

A fase final da missão, apelidada de Grand Finale, começou em abril deste ano, numa série de 22 mergulhos semanais entre o planeta e seus anéis. Essa fase revelou novos detalhes sobre o complexo sistema de anéis e luas de Saturno.

Uma das principais descobertas da Cassini, segundo a agência espacial americana, foi detectar a presença de hidrogênio molecular em Encélado, uma das luas de Saturno, o que tornaria o pequeno astro um dos locais mais favoráveis para o surgimento de vida fora da Terra.

A partir de análises realizadas pela sonda em amostras das plumas gasosas que emanam de rachaduras em sua superfície, os cientistas descobriram uma composição de 98% de água e 1% de hidrogênio, além de traços de outras moléculas, incluindo amônia, dióxido de carbono e metano.

A presença de hidrogênio no oceano da lua indica que micróbios, se existentes, poderiam utilizá-lo para obter energia combinando-o com dióxido de carbono dissolvido na água. Na Terra, essa reação química, conhecida como metanogênese, permite o desenvolvimento de seres vivos em profundidades nas quais a luz solar não é capaz de chegar e pode ter sido crítica para a origem da vida em nosso planeta - o que sugere que o mesmo pode acontecer em Encélado.

Segundo Hunter Waite, um dos principais autores do estudo sobre Encélado, a lua de Saturno se encontra "em primeiro lugar na lista de astros do Sistema Solar que apresentam condições habitáveis".

Veja algumas imagens feiras pela Cassini:

Imagem de Saturno realizada pela sonda Cassini
Imagem de Saturno realizada pela sonda Cassini
Foto: Nasa
Dione, uma das luas de Saturno
Dione, uma das luas de Saturno
Foto: Nasa
Mimas, uma das luas de Saturno, e sua grande cratera
Mimas, uma das luas de Saturno, e sua grande cratera
Foto: Nasa
Imagem capturada pela Cassini de Titã, uma das luas de Saturno
Imagem capturada pela Cassini de Titã, uma das luas de Saturno
Foto: Nasa

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