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Sonda Voyager está no "helioabismo", dizem cientistas

20 mar 2013 - 20h10
(atualizado em 21/3/2013 às 07h15)
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As sondas espaciais Voyager 1 e 2 estão no espaço desde 1977 e viajaram, somadas, 33 bilhões de quilômetros
As sondas espaciais Voyager 1 e 2 estão no espaço desde 1977 e viajaram, somadas, 33 bilhões de quilômetros
Foto: Nasa / Divulgação

A sonda Voyager 1, lançada em 1977 para explorar os planetas mais distantes, entrou em uma nova região no seu caminho para fora do Sistema Solar, disseram cientistas nesta quarta-feira. A sonda, que está agora a mais de 18 bilhões de quilômetros, detectou duas mudanças claras e relacionadas no seu ambiente em 25 de agosto de 2012, escreveram os cientistas em um trabalho a ser publicado na revista Geophysical Research Letters.

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As mudanças dizem respeito aos níveis de dois tipos de radiação: uma que permanece dentro do Sistema Solar e outra que vem do espaço interestelar. O número de partículas dentro da bolha do Sistema Solar no espaço, uma região chamada de heliosfera, diminuiu a menos de 1% dos níveis anteriormente detectados, ao passo que a radiação de fontes interestelares mais do que dobrou, segundo o astrônomo Bill Webber, professor emérito da Universidade Estadual do Novo México, em Las Cruces, e principal autor do estudo.

No entanto, os cientistas ainda não arriscam dizer que a Voyager já esteja no espaço interestelar. A sonda, lançada do Cabo Canaveral em 5 de setembro de 1977, pode estar agora em uma região limítrofe antes desconhecida, entre a heliosfera e o espaço interestelar. Webber se refere a essa área como "helioabismo". "Está fora da heliosfera normal", disse ele em nota. "Tudo o que estamos mensurando é diferente e interessante."

Em dezembro, cientistas disseram que a Voyager havia chegado a uma "rodovia magnética" em que as linhas do campo magnético do Sol se ligam às linhas do campo magnético do espaço interestelar.

"Acreditamos que essa seja a última perna da nossa viagem até o espaço interestelar", disse na época o cientista Edward Stone, envolvido no projeto da Voyager. "Nossa aposta é de que faltam provavelmente entre alguns meses e um par de anos."

Em nota nesta quarta-feira, Stone disse que são necessários outros indícios de que a Voyager tenha saído do Sistema Solar, pois há um consenso de que isso ainda não aconteceu. "Uma mudança na direção do campo magnético é o último indicador crítico de chegada ao espaço interestelar, e essa mudança de direção ainda não foi observada", disse ele.

A Voyager 1 e a sonda-irmã Voyager 2 foram lançadas com 16 dias de diferença, em 1977, para passarem ao largo de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. A Voyager 2 viaja em outro caminho, também rumo aos limites do Sistema Solar, e se acredita que ainda não tenha atingido a "rodovia magnética" que leva ao espaço interestelar.

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