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Um exoplaneta seis vezes maior que Júpiter está caindo em sua estrela

Um exoplaneta do tipo Júpiter quente está caindo em sua estrela à medida que ela se expande para se tornar uma gigante vermelha

19 dez 2022 - 16h55
(atualizado às 19h34)
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Pela primeira vez, os astrônomos observaram um planeta em uma órbita cada vez mais próxima de sua estrela. Isso significa que, um dia, este mundo estará tão perto de seu astro luminoso que será engolido por ele — destino também reservado à Terra, que será engolida pelo Sol em um futuro distante.

A descoberta do exoplaneta Kepler-1658b foi anunciada em 2019 e orbita uma estrela do tipo F (classe de estrelas entre 1 e 1,4 massa solar). Sua massa é pouco menos de 6 vezes a de Júpiter e leva apenas 3,8 dias para completar uma órbita ao redor de sua estrela.

Além disso, a Kepler-1658 é uma estrela evoluída, ou seja, já deu os passos iniciais para se tornar uma gigante vermelha — o estágio final de estrelas pequenas como esta, o que também inclui o nosso Sol.

Já o exoplaneta, pertencente à classe dos júpiteres quentes (por se tratar de um gigante gasoso muito próximo de sua estrela), está afastado apenas 0,0544 UA de seu astro brilhante (1 UA é a distância média entre a Terra e o Sol), mas essa distância fica cada vez menor.

Foto: NASA / Canaltech

Os cientistas já haviam detectado evidências de outros mundos diminuindo seus períodos orbitais, caindo em suas estrelas, mas essa é a primeira vez que encontram isso acontecer em uma estrela evoluída.

Contudo, a estrela não engolira o planeta de uma hora para outra. Na verdade, seu período orbital está diminuindo a uma taxa minúscula de 131 milésimos de segundo por ano, então ainda há muito tempo de vida para este mundo gasoso aproveitar.

Para detectar esse declínio tão pequeno, foram necessários anos de observação, com diversos telescópios poderosos. O primeiro deles foi o Kepler, o observatório espacial que descobriu este sistema estelar (daí o nome Kepler-1658). Em seguida, o Telescópio Hale do Observatório Palomar no sul da Califórnia e o Telescópio de Pesquisa de Exoplanetas em Transição (TESS) concluíram o estudo.

A causa da órbita em espiral são as interações gravitacionais entre o planeta e a estrela. As consequências dessas interações, conhecidas como marés, são semelhantes aos efeitos da Lua nos mares do planeta Terra. No caso de Kepler-1658b, os movimentos de marés rouba sua energia orbital, levando a uma órbita cada vez mais interna.

Este estudo será muito útil para a compreensão de sistemas estelares em fase final de evolução de suas estrelas. Os astrônomos calculam que o mesmo acontecerá com o Sol e os três planetas mais internos — Mercúrio, Vênus e Terra — daqui a 4,5 bilhões de anos. Mas para entender como isso funciona, e até mesmo se vai acontecer ou não, é preciso analisar mundos como o Kepler-1658.

O artigo que descreve as descobertas tem como principal autor o cientista de exoplanetas Shreyas Vissapragada, do Harvard and Smithsonian Center for Astrophysics, e foi publicado no Astrophysical Journal Letters.

Fonte: Astrophysical Journal Letters, Centro de Astrofísica | Harvard e Smithsonian

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