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Ventos solares intensificam raios na Terra, diz estudo

Mudanças na atividade do Sol estão provocando a ocorrência de raios na Terra, segundo um estudo recém-publicado por pesquisadores britânicos

15 mai 2014 - 19h15
(atualizado às 19h25)
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<p>A rotação natural do Sol expele partículas que viajam a uma velocidade entre 400km e 800km por segundo</p>
A rotação natural do Sol expele partículas que viajam a uma velocidade entre 400km e 800km por segundo
Foto: Nasa/SDO/GSPC / Reprodução

Os cientistas descobriram que quando rajadas de partículas solares entram em nossa atmosfera em alta velocidade, o número de raios aumenta.

O fato de a atividade solar ser monitorada de perto por satélites hoje em dia permite a previsão da ocorrência dessas tempestades, segundo os pesquisadores, que publicaram seus resultados na publicação científicaEnvironmental Research Letters.

"Os raios significam um perigo significativo", comenta o coordenador da pesquisa, Chris Scott, da Universidade de Reading, na Grã-Bretanha. "Há algo como 24 mil pessoas atingidas por raios a cada ano, então qualquer entendimento ou aviso antecipado da gravidade das tempestades de raios pode ser útil", diz.

A rotação natural do Sol expele partículas que viajam a uma velocidade entre 400km e 800km por segundo.

Já se sabia que a chegada desses ventos solares na atmosfera podia gerar as aurora polares, mas a nova pesquisa mostra que eles podem influenciar também o clima.

"O vento solar não é contínuo, ele tem rajadas lentas e rápidas. Como o Sol tem sua rotação, essas rajadas podem ser enviadas umas atrás das outras, então se você pode ter um vento solar rápido alcançando um vento solar lento, isso provoca uma concentração", diz Scott.

Os cientistas descobriram que quando a velocidade e a intensidade dos ventos solares aumentam, também aumenta a incidência de raios.

Os pesquisadores dizem que o clima turbulento dura mais de um mês depois que as partículas atingem a Terra.

Usando dados do norte da Europa, os pesquisadores descobriram que havia uma média de 422 raios nos 40 dias após o vento solar de alta velocidade atingir a Terra, comparados com os 321 raios em média nos 40 dias anteriores.

Segundo Scott, a descoberta foi uma surpresa, porque pensava-se que um aumento nos ventos solares teria o efeito oposto.

"É inesperado, porque essas rajadas de partículas trazem com elas um campo magnético reforçado, e isso protege a Terra dos raios cósmicos de energia muito alta de fora do Sistema Solar. Esses raios são gerados pela explosão de supernovas, que aceleram as partículas até a velocidade da luz", observa.

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que os raios cósmicos do espaço podiam elevar a ocorrência de raios elétricos e pensava-se que o aumento do efeito de proteção das partículas solares poderia provocar uma redução na ocorrência de raios elétricos na Terra.

"Em vez disso, o que vimos na verdade foi um aumento significativo na ocorrência de raios. Parece que esses ventos solares trazem com eles um grupo de partículas com energia ligeiramente mais baixa, e elas provocam um aumento na incidência de raios", diz Scott.

Os pesquisadores ainda não estão seguros sobre a forma como isso ocorre, mas dizem que as partículas podem estar penetrando nuvens em tempestades, facilitando a descarga elétrica por meio dos raios.

"O que precisamos fazer agora é rastrear essas partículas energéticas pela atmosfera, para ver se conseguimos descobrir onde elas vão parar", diz Scott.

"Sabemos que essas partículas não são suficientemente energéticas para chegar ao solo, então devem parar em algum lugar na baixa atmosfera. Precisamos saber exatamente onde", explica.

Apesar disso, ele observa que já existem muitas informações sobre o destino dessas partículas, que podem ajudar com a previsão de tempestades.

"Essas rajadas de ventos solares podem ser muito previsíveis. Sabemos que o Sol completa a rotação em 27 dias, então há uma taxa de repetição muito alta. Se observamos elas uma vez, sabemos que dali a 27 dias elas estarão de volta", disse Scott.

Apesar de os dados usados na pesquisa serem específicos da Europa, os pesquisadores acreditam que o efeito é global.

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