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Espanha inicia busca pelos restos mortais de Cervantes

28 abr 2014 - 17h47
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Munidos de um aparelho semelhante a um detector de metais, dois técnicos instalaram nesta segunda-feira um geo-radar (GPR) no terreno de uma pequena igreja do centro de Madri em busca do local onde estariam os restos mortais de Miguel de Cervantes, autor de "Dom Quixote".

"Está provado e documentado que Miguel de Cervantes foi enterrado aqui e que seus restos (mortais) nunca saíram deste local", declarou à imprensa Fernando de Pardo, historiador encarregado da busca.

A operação para encontrar os restos mortais do escritor começou com o uso do geo-radar para buscar os prováveis locais de sepultamento de pessoas em uma igreja onde não só foi enterrado Cervantes, mas pelo menos uma quinzena de pessoas.

Examinando cuidadosamente cada centímetro percorrido pelo radar ao redor do altar, os técnicos registraram pela primeira vez imagens do que há no subsolo da pequena igreja dos Trinitários, um edifício de tijolos vermelhos no coração de Madri.

Cervantes, o grande escritor do Século de Ouro espanhol, morreu na pobreza em 22 de abril de 1616 e foi sepultado no dia seguinte nesta igreja, ao lado de um convento que, desde então, passou por várias reformas.

Quase 400 anos após sua morte, o lugar exato de sua sepultura continua a ser um mistério. As freiras ainda vivem no convento e utilizam a igreja, declarada bem de interesse cultural desde 1921, o que torna difícil realizar buscas sem uma localização precisa.

"Daqui (o corpo) não seria retirado. A dúvida é saber se os restos se perderam ou onde estão localizados", explicou o sacerdote Jorge López Teulón, experiente na busca de relíquias e de corpos de religiosos em igrejas, que está ajudando na busca do escritor.

"Por que procurar os restos mortais de Miguel de Cervantes? Porque é um personagem conhecido mundialmente, porque, basicamente, toda a humanidade está em dívida com ele e porque temos a possibilidade e a tecnologia para localizar os restos mortais e removê-los de uma cova anônima para colocá-los em uma lápide. Porque não tentar, se temos a possibilidade?", disse Fernando Pardo, historiador responsável pela busca.

As ondas eletromagnéticas permitem detectar se o solo sofreu alguma mudança, como no caso de uma sepultura.

Com o intuito de encontrar os possíveis locais de enterro, os cientistas vasculharão os 220 metros quadrados que cobrem o chão da igreja e duas salas adjacentes durante a primeira fase de buscas, prevista para durar três dias.

Os resultados serão analisados durante duas a três semanas antes de sua apresentação para o conselho da cidade de Madri, ao qual, se os resultados forem conclusivos, será pedida permissão para iniciar a segunda fase, que seria a escavação arqueológica propriamente dita para chegar ao local identificado como possível tumba de Cervantes.

No total, Fernando de Pardo calcula que as buscas devem custar cerca de 100.000 euros e espera-se que o trabalho dure meses.

Nascido em 1547 na velha cidade universitária de Alcalá de Henares, perto de Madri, Miguel de Cervantes é considerado o pai do romance moderno com seu "Dom Quixote de La Mancha", publicado em 1605, antes que o sucesso da obra o levasse a publicar uma segunda parte em 1615.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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