Estamos errando na escolha de territórios protegidos para salvar espécies em extinção?
Estudo sugere proteção de áreas que concentram maior número de espécies em extinção. Sozinho, Brasil tem quase 20% dos locais mapeados por pesquisadores
Milhares de animais e plantas que correm risco de extinção podem ser salvos se houver foco na preservação de uma área que corresponde a apenas 1,2% da superfície da Terra. Essa é a conclusão de um estudo publicado pela revista científica Frontiers in Science que teve a participação de 24 pesquisadores de diferentes nacionalidades.
"Para definir quais áreas devem ser protegidas para evitar extinções mais prováveis e iminentes, propomos Imperativos de Conservação", explica o estudo. Os "Imperativos de Conservação" são locais estratégicos que abrigam um número relevante de espécies em risco de extinção e que, por isso, poderiam ter um grande impacto na preservação do meio ambiente como um todo.
Confira abaixo a distribuição entre os 10 países que mais têm áreas estratégicas de preservação:
- Filipinas: 19,5%
- Brasil: 19,4%
- Indonésia: 11%
- Madagascar: 5,6%
- Colômbia: 4,4%
- Equador: 3,8%
- Papua-Nova Guiné: 3,1%
- Índia: 2,5%
- Peru 2%
- Turquia: 1,8%
No Brasil, as áreas estratégicas estão concentradas nas regiões onde há Mata Atlântica, como na imensa faixa litorânea que vai do Rio Grande do Sul à Bahia. Ainda na parte costeira, os Estados de Pernambuco e Alagoas também abrigam locais apontados no estudo.
No interior do País, há pontos de atenção na Floresta Atlântica do Alto Paraná, que está inserida nos Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Ao todo, 12 Estados brasileiros têm áreas definidas como "Imperativos de Conservação" pelos pesquisadores.
O custo estimado para a preservação dos locais indicados em todo o mundo é de R$ 159 a R$ 253 bilhões por ano, durante os próximos cinco anos. "Diferentes abordagens serão necessárias para atingir metas de proteção a longo prazo: garantir direitos e títulos de terra aos povos indígenas e comunidades locais, designação governamental a nível federal e estadual de novas áreas protegidas e compra ou arrendamento por longo prazo de terras de propriedade privada", conclui o estudo.