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Estudo relaciona biocombustíveis e segurança alimentar

3 ago 2010 - 17h57
(atualizado às 19h22)
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Objetivo do projeto é discutir a relação entre a produção de biocombustíveis e a produção de alimentos. A iniciativa é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Universidade de Stanford (EUA), mas instituições da China, Índia, de Moçambique e Senegal também participam. As respostas às dúvidas existentes poderão direcionar e orientar as políticas públicas nos setores econômicos, sociais e ambientais.

O aumento da demanda por biocombustíveis afeta o preço dos alimentos? Quais são as implicações do uso da terra e da água na produção dos biocombustíveis para a segurança alimentar das famílias mais pobres? Para começar a responder essas perguntas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade de Stanford (EUA) inciaram nesta terça-feira, 3 de agosto, um projeto de cooperação técnica com o objetivo de discutir a relação entre a produção de biocombustíveis e a produção de alimentos. A ideia é encontrar um equilíbrio entre produção de energia para satisfazer as necessidades e formas de preservar as fontes de sustento.

A iniciativa conta com a participação de pesquisadores das Universidades de Stanford e de Rutegers e do Instituto Internacional de Pesquisas em Políticas Alimentares (IFPRI), dos Estados Unidos, e da Academia Chinesa. Pela Embrapa, participam pesquisadores da Secretaria de Gestão Estratégica (SGE), da Secretaria de Cooperação Internacional, do Centro de Estudos Estratégicos e da Embrapa Agroenergia. Eles estão reunidos desde segunda-feira (2) para traçar planos na implementação do projeto no Brasil.

O modelo que dever ser aplicado aqui no país tem como objetivo responder ou pelo menos abrir discussões para a segurança alimentar das populações que estão em área de cultivo energético. As respostas às dúvidas existentes poderão direcionar e orientar as políticas públicas nos setores econômicos, sociais e ambientais dos programas de biocombustíveis.

Impactos

De acordo com o coordenador de Avaliação de Impactos da Secretaria de Gestão Estratégica da Embrapa, Antônio Flávio, o modelo implantado no Brasil será uma adaptação ao projeto existente na China, porém, a partir da realidade brasileira.

¿O estudo vai avaliar a distribuição dos impactos produção de biocombustíveis . A adaptação desse modelo a partir da experiência de outros países será importante para levantar novos estudos e pensar em políticas públicas que ajudem a encontrar soluções de interesse social¿, explicou o representante da Embrapa. O pesquisador acrescentou ainda que a China, além de detentora do modelo, já possui uma análise de resultados satisfatórios. Há aproximadamente 15 anos o país investe nesse tipo de estudo.

A pesquisadora da Secretaria de Gestão Estratégica Danielle Torres, que já participou da primeira fase do treinamento na Universidade de Stanford, ressaltou que as parcerias serão fundamentais para avaliar os impactos e as soluções que possam abranger a produção de biocombustíveis e a segurança alimentar.

¿As parcerias nessa fase inicial são fundamentais. Quanto mais informações tivermos sobre a produção agrícola brasileira, mais produtivos serão nossos encontros na Academia Chinesa. Faremos ao longo do processo simulações e apoio das unidades regionais que devem consolidar os dados da própria Embrapa." Além da parceria Brasil, Estados Unidos e China, o projeto tem a participação da Índia, de Moçambique e Senegal.

Tendência

Em maio deste ano, você viu aqui no EcoD que, apesar do avanço das lavouras de cana-de-açúcar sobre áreas destinadas à pecuária e à agricultura nos últimos anos, uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o país não perderá potencial como produtor de alimentos em função de tal crescimento. No entanto, o estudo Biocombustíveis no Brasil: Etanol e Biodiesel ressalta a necessidade de o Estado regular a fabricação de etanol e priorizar a produção de alimentos com financiamento e infraestrutura.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: EcoDesenvolvimento
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