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Everest, a montanha mais alta do mundo, está cheia de fezes e sem saneamento

31 mar 2015 - 10h11
(atualizado às 10h11)
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Escalar o Everest tem sido alvo da ambição do ser humano há mais de meio século, mas a glória não é a única coisa duradoura a mais de 6 mil metros de altitude, já que os excrementos daqueles que atingem o topo do mundo se transformaram em um problema e limpá-los é outro ainda maior.

A temporada de escalada no Everest está prestes a começar e, como vem ocorrendo a cada ano, cerca de 300 montanhistas chegarão até seu topo ou farão o mesmo nas próximas semanas antes do fim do mês de maio.

O objetivo entre os montanhistas é um só: seguir os passos de Sir Edmund Percival Hillary, o escalador neozelandês que no dia 29 de março de 1953 alcançou junto com o sherpa Tenzing Norgay o cume mais alto do mundo.

Como antes, a rota segue carecendo de banheiros e lugares preparados para o alívio fisiológico nos níveis mais elevados, mas ao contrário de antes, por esse caminho já passaram cerca de 4,5 mil aventureiros, segundo números oficiais do governo do Nepal.

As autoridades estimam que cada alpinista deixa cerca de 8 quilos de resíduos em sua subida.

Membros da Associação de Montanhismo do Nepal (NMA) relataram à Agência Efe que o pico mais alto do mundo está sendo contaminado com ferrugem e excrementos.

Com base no cálculo médio de quanto o escalador pode deixar no ambiente, a NMA calcula que foram depositadas 36 toneladas de excremento na maior montanha do planeta nos últimos anos.

No entanto, para se chegar a um número exato, seria preciso subtrair o que organizações como a Asian Trekking, que faz um mutirão de limpeza no Everest todos os anos, retiraram nesse período. De acordo com essa associação, cerca de 700 quilos de excrementos foram removidos do monte desde 2008.

O secretário-geral da NMA, Thakur Raj Pandey, disse à Efe que a associação está planejando trabalhar com as partes envolvidas na proteção do maciço para avançar em um plano que atenue esse problema.

"O acúmulo de resíduos humanos pode fazer o interesse pela escalada no Everest diminuir. Apesar de as dificuldades técnicas serem enormes, necessitamos iniciar algumas ações para limpá-lo", afirmou Pandey.

Os montanhistas devem passar por quatro acampamentos à medida que sobem de 5.300 até 8.850 metros na tentativa de chegarem ao cume da montanha. Nos primeiros, há uma cobertura sanitária para que os praticantes possam fazer suas necessidades.

No entanto, os acampamentos mais altos carecem de banheiros, obrigando os escaladores a deixarem seus resíduos em terreno aberto, para depois cobri-los com neve e pedras.

O porta-voz do Ministério de Cultura, Turismo e Aviação do Nepal, Umakanta Parajuli, relatou à Efe que o governo vem trabalhando para manter o Everest limpo e que está disposto a tomar mais medidas.

"Não há muitos problemas nos acampamentos em que já existem banheiros, tentaremos identificar as áreas que estão tendo problemas, trabalhando em conjunto com o setor privado e com os guias", declarou à Efe Parajuli.

O governo espera, no entanto, que as medidas adotadas no ano passado para responder a este problema ajudem a atenuar a situação.

Uma dessas novas regras estabelece que os montanhistas devem retornar ao Acampamento Base não só com a satisfação de ter chegado ao topo do mundo, mas com pelo menos oito quilos de resíduos.

Se não for assim, podem ser multados em até US$ 4 mil, que devem ser depositados antes da tentativa de ascensão de uma das montanhas mais famosas do mundo.

Atualmente, especialistas trabalham para estabelecer uma nova rota entre o Acampamento Base e o Acampamento 1, após a morte de 16 guias no ano passado em uma avalanche na via normal.

EFE   
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