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Extinto tigre-da-tasmânia pode ser recriado a partir de amostras de RNA

Na busca por recriar uma espécie extinta, cientistas encontram, pela primeira vez, amostras de RNA do tigre-da-tasmânia, o que é fundamental para esse processo

26 set 2023 - 12h13
(atualizado às 14h55)
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A recuperação de espécies extintas está mais próxima de se tornar realidade com a extração da primeira amostra de RNA do tigre-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus), também conhecido como tilacino ou lobo-da-tasmânia. O último espécime vivo morreu no ano de 1936 em um zoológico na Austrália.

A partir do material genético do animal já extinto, complementado com informações genéticas obtidas através de uma espécie marsupial viva com DNA semelhante, o foco de uma equipe internacional de cientistas é recriar um híbrido do tigre-da-tasmânia. Esforços semelhantes são feitos com o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) e o dodô (Raphus cucullatus).

Entenda o que é um tigre-da-tasmânia

Apesar do tilacino ser constantemente chamado de lobo ou tigre — neste último caso, a confusão se dá por causa de suas listras nas costas —, o animal é, na verdade, um marsupial. Em outras palavras, um tipo de mamífero que termina de criar os seus filhotes, nascidos precocemente, em uma bolsa, como cangurus, gambás, diabos-da-tasmânia e coalas.

Antes de ser extinto, o tigre-da-tasmânia era encontrado por toda a Austrália, incluindo a ilha da Tasmânia — este foi o último lugar em que o animal era encontrado livre, na natureza, apesar da perseguição humana. Por isso, caso os planos de recriar a espécie em laboratório funcionem, o animal seria reintroduzido exclusivamente nessa região australiana.

A vantagem é que esse habitat natural ainda está majoritariamente preservado, e a sua reintrodução poderia ajudar a recuperar os equilíbrios do ecossistema perdidos após o seu desaparecimento nos anos 1930.

Descoberta do RNA em tilacino com mais de um século

Talvez, o aspecto mais interessante na busca pela criação de um novo tigre-da-tasmânia é que a qualidade do material genético encontrado para uma empreitada dessa nunca foi tão boa — os mamutes e os dodôs estão extintos há muito mais tempo. No caso do tilacino, a base de pesquisa foi um espécime, com mais de um século de idade, empalhado e preservado em temperatura ambiente no Museu Sueco de História Natural, em Estocolmo.

Cientistas conseguem extrarir amostra de RNA de tigre-da-tasmânia, animal já extinto (Imagem: Mármol-Sánchez et al, 2023/Genome Research)
Cientistas conseguem extrarir amostra de RNA de tigre-da-tasmânia, animal já extinto (Imagem: Mármol-Sánchez et al, 2023/Genome Research)
Foto: Canaltech

Através da iniciativa, foi possível isolar e sequenciar moléculas de RNA, o que permitiu a reconstrução de transcriptomas de pele e músculo esquelético de uma espécie extinta pela primeira vez na história. Aqui, vale detalhar que um transcriptoma é definido como um conjunto completo de transcritos, como RNAs mensageiros, RNAs transportadores, RNAs ribossômicos e os microRNAs, de um tecido.

Descrito em artigo publicado na revista científica Genome Research, o achado é fundamental para a recriação do tigre-da-tasmânia. Isso porque, se a ideia é ter um animal funcional e vivo, não basta ter apenas o DNA da espécie.

É preciso compreender a dinâmica de expressão genética específica do tecido e de como funcionava essa regulação genética, que só são alcançáveis através do estudo do transcriptoma, ou seja, do RNA. No caso do tilacino, foi possível identificar os RNAs codificadores de proteínas específicas dos músculos e da pele.

"Ressuscitar o tigre-da-tasmânia ou o mamute-lanoso não é uma tarefa trivial e exigirá um conhecimento profundo da regulação do genoma e do transcriptoma de espécies, algo que só agora começa a ser revelado", afirma Emilio Mármol-Sánchez, pesquisador da Universidade de Estocolmo e principal autor do estudo, em nota. Este é, sem dúvidas, um bom presságio para a pesquisa que pode revolucionar o conhecimento sobre espécies extintas.

Fonte: Genome Research e Universidade de Estocolmo      

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