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Fenômeno da "chuva de teias de aranha" invade Porto Alegre

Moradores foram surpreendidos por grandes quantidades do material no céu da capital nesta sexta

2 jun 2017 - 19h50
(atualizado às 20h01)
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Foto: Guilherme Kepler

Um fenômeno curioso chamou a atenção dos gaúchos nesta sexta-feira: após vários dias de instabilidade, uma "chuva" de teias de aranha chegou a diversas cidades do Rio Grande do Sul. A precipitação inusitada começou a ser observada pouco depois do meio-dia, curiosamente junto com o regresso do tempo firme ao estado. Rapidamente o tema virou assunto nas redes sociais, enquanto os céus de Porto Alegre eram tomados por inúmeros pedaços do material.

Guilherme Silva, técnico de áudio, inicialmente não entendeu o que acontecia: "parecia que estava chovendo teia de aranha, a coisa se espalhou por todo o centro, grudava na gente", disse ao comentar o fato. Outros moradores postavam fotos com imagens de pequenas aranhas, aparentemente vindas "do céu", aumentando as dúvidas sobre a ocorrência. Até uma suposta estratégia de marketing relacionada a um novo filme da franquia 'Homem-Aranha' foi cogitada antes dos biólogos tomarem a palavra e esclarecerem definitivamente a questão.

Conforme o professor Renato Teixeira, coordenador do laboratório de aracnologia da PUCRS, a "chuva" não é motivo para pânico, já que o fenômeno é considerado comum e inofensivo. De acordo com ele, a revoada de teias de aranha faz parte do processo de maturação dos aracnídeos, que usam as correntes de ar para se locomoverem para longe do ninho materno. "Para fugir de predadores e até mesmo de eventuais atos de canibalismo, as aranhas juvenis deixam a mãe e os irmãos e se deslocam a partir de grandes quantidades de teia pelo ar", explicou. 

Foto: Guilherme Kepler

Teixeira ainda ressaltou que não há nada a temer, já que "é algo comum, da natureza, e as espécies em questão não oferecem risco". Além disso, complementou: "as aranhas atuam como predadores naturais de um grande número de insetos, incluindo o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya". 

O fenômeno é mais comum em locais de tempo seco, já que a umidade do ar prejudica a locomoção das teias pelo céu. Como o Rio Grande do Sul passou por um grande período de instabilidade, é possível que a estiagem tenha contribuído para que se enxergasse o processo de forma mais evidente. Cidades como São Leopoldo, Gravataí e Novo Hamburgo também registraram a presença da "chuva" de teias.

Fonte: Especial para Terra
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