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Fóssil de 45 mil anos pertenceu a espécie humana desconhecida

Cientistas estudaram um ílio, osso do quadril, achado em caverna neandertal, mas fóssil difere tanto de nossos primos quanto de nós — seria nova uma espécie?

7 ago 2023 - 21h01
(atualizado em 8/8/2023 às 10h42)
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Estudos de uma caverna habitada por neandertais, na França, revelaram um osso de quadril pertencente a um bebê humano moderno — características do fóssil, no entanto, sugerem que ele possa representar uma linhagem primitiva desconhecida de Homo sapiens. O local em questão é a Grotte du Renne (Gruta das Renas, em tradução livre), um dos mais curiosos sítios paleolíticos do continente, já que foi habitado durante a transição entre neandertais e H. sapiens.

A Grotte du Renne já revelou uma grande quantidade de ferramentas de pedra, caracterizadas pelo complexo tecnológico e cultural Chatelperronense, geralmente associado aos neandertais e caracterizado por ossos trabalhados e lâminas curvas, mas que surgiu nesse período de transição entre espécies. Isso faz parte, inclusive, do debate — teriam os H. neanderthalensis criado essas tecnologias de pedra ou apenas adaptado dos humanos? Seria uma cultura conjunta?

Foto: Claude Valette/CC-BY-S.A-4.0 / Canaltech

Até hoje, só foram encontrados restos mortais de neandertais na camada Chatelperronense da Grotte du Renne, mas fósseis de Homo sapiens também já foram vistos em cavernas associadas a essa cultura antiga. O novo osso pode ajudar a resolver o mistério — ou, talvez, a criar mais controvérsias.

Nova espécie de humano?

O osso da pelve encontrado na caverna, com aproximadamente 45 mil anos, foi comparado aos restos de quadril de 2 crianças comprovadamente neandertais e a 32 ossos de humanos recentes, vindos de natimortos. Isso revelou um formato significativamente diferente do ílio de neandertais, muito mais parecido com o de humanos modernos, como nós.

A questão é que o fóssil também não encaixa perfeitamente nas variações esperadas de bebês Homo sapiens, tendo, nas palavras dos cientistas, "uma espinha ilíaca póstero-superior orientada mais lateralmente". Acredita-se que essa diferença acontece porque o osso pertencia a uma linhagem primitiva dos humanos modernos, com uma morfologia ligeiramente diferente da nossa.

Tal linhagem nunca teria sido documentada antes, e os pesquisadores afirmam que o bebê provavelmente foi um membro dos humanos modernos que coexistiu com os últimos neandertais, durante meados e final do paleolítico, entre 41 mil e 45 mil anos atrás.

Além disso, a presença de humanos antigos em Grotte du Renne sugere que as espécies compartilharam dos mesmos espaços durante o surgimento da indústria Chatelperronense, o que levanta a possibilidade de que as ferramentas teriam sido criadas em conjunto — seria, talvez, a mais antiga transferência de tecnologia do mundo.

O desenvolvimento da tecnologia Chatelperronense pode, em conclusão, ser obra de uma difusão cultural ou aculturação, acompanhada de uma miscigenação populacional entre humanos e neandertais. É possível, então, que os neandertais tenham atualizado sua tecnologia após observar os "vizinhos" Homo sapiens, gerando uma indústria híbrida que foi utilizada para dominar partes da Europa até que o último neandertal desaparecesse.

Fonte: Scientific Reports

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