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Fóssil de mulher das cavernas indica ancestral do homem 1 milhão de anos mais velho do que se pensava

Descoberta complica nossa compreensão atual de onde os humanos vieram.

29 jun 2022 - 10h28
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Reprodução do crânio pertencente a Mrs Ples, cujos restos fossilizados foram descobertos em uma caverna sul-africana em 1947
Reprodução do crânio pertencente a Mrs Ples, cujos restos fossilizados foram descobertos em uma caverna sul-africana em 1947
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Restos fossilizados pertencentes a alguns dos ancestrais mais antigos da humanidade são muito mais velhos do que se acreditava, segundo um novo estudo.

Os fósseis — incluindo um pertencente à mulher das cavernas conhecida como Mrs. Ples — foram enterrados há milênios em cavernas sul-africanas conhecidas por aqueólogos como o Berço da Humanidade.

Métodos de teste modernos agora indicam que o grupo de humanos primitivos viveu entre 3,4 e 3,7 milhões de anos atrás.

Essa nova linha do tempo pode mudar a forma como se entende a evolução humana. Isso significa que existem mais maneiras possíveis pelas quais nossos ancestrais evoluíram até se tornarem os primeiros humanos.

Durante anos, os cientistas acreditavam que a espécie Australopithecus africanus, cujos fósseis foram descobertos nas cavernas de Sterkfontein, perto de Joanesburgo, na África do Sul, tinha menos de 2,6 milhões de anos.

O complexo de cavernas revelou mais restos humanos primitivos do que em qualquer outro lugar do mundo — incluindo o crânio quase completo descoberto em 1947 pertencente a uma mulher das cavernas apelidada de Mrs. Ples.

De acordo com o Museu Smithsonian, em Washington D.C. (Estados Unidos), as espécies — que andavam sobre dois pés — eram muito mais baixas do que os humanos modernos. Os machos mediam 1,38 metros; as fêmeas, 1,15 metros.

Mas novas técnicas de datação radioativa mostram que a Mrs. Ples e os demais fósseis descobertos ao seu redor são na verdade 1 milhão de anos mais velhos do que se pensava.

Os pesquisadores revisaram a idade dos fósseis testando sedimentos ao redor deles para níveis de um isótopo raro criado quando as rochas foram expostas a raios cósmicos — antes de caírem na caverna.

Anteriormente, os hominídeos Australopithecus africanus eram considerados pelos cientistas como jovens demais para terem evoluído para o gênero homo, nossos ancestrais, que já vagavam pela Terra há cerca de 2,2 milhões de anos.

Essas descobertas agora sugerem que eles tiveram 1 milhão de anos a mais para dar esse salto evolutivo — o que torna possível que Mrs. Ples seja ancestral dos primeiros humanos.

Como consequência da pesquisa, acredita-se agora que a espécie existiu na Terra durante a mesma época que o macaco conhecido como Lucy, cujos restos de 3,2 milhões de anos pertencentes ao Australopithecus afarensis da África foram considerados por muito tempo a espécie que deu origem aos primeiros humanos.

A linha do tempo atualizada significa que as duas espécies podem ter interagido e até mesmo procriado, dizem os cientistas, complicando ainda mais nosso entendimento sobre de onde os humanos vieram. Os novos dados sugerem que a linha evolutiva pode não ter sido tão simples.

A árvore genealógica humana é "mais parecida com um arbusto", disse o cientista francês Laurent Bruxelles, que fez parte do estudo.

- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-61978524

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