Destaque em publicações internacionais, como a revista americana Time e a agência britânica BBC, por causa de suas fotos, o russo Alexander Semenov nasceu em uma família de biólogos. Contudo, foi somente quando mergulhou pela primeira vez em uma estação científica do Mar Branco, aos 19 anos, que se apaixonou pelo mundo marinho. "Quando você lê sobre a vida marinha, é interessante, mas é apenas conhecimento teórico. Mas, quando você vê toda essa vida com seus próprios olhos, é uma experiência incrível - e, a partir desse ponto, eu me tornei um biólogo 'marinho' real", conta o cientista e fotógrafo em entrevista ao Terra.
Semenov explica que gostou tanto de mergulhar e tirar fotos do fundo do mar que se especializou e se aprimorou na área. Hoje, cinco anos depois, ele é chefe dos mergulhadores da estação científica e vê suas fotos viajarem o mundo em jornais, sites e exposições.
"Às vezes, eu ainda me maravilho ao ver outro molusco ou água-viva. No oceanos vivem tantas criaturas absolutamente incríveis que mesmo pesquisadores experientes se chocam com uma delas. E, de vez em quando, você tenta adivinhar o que é quando uma criatura sobe das profundezas. Este é um mundo enorme, você pode dizer que é um universo paralelo o qual temos a oportunidade de olhar. E neste universo os habitantes parecem para nós como aliens. Claro que os oceanos foram muito estudados, mas ainda não o suficiente. Há muitas surpresas para serem exploradas."
Semenov conta que, além do Mar Branco, já mergulhou e fez fotos no Mar Vermelho e no do Japão (na parte russa) - sendo este o seu preferido. "É realmente incrível, é a pérola dos mares da Rússia e agora eu vou para lá sempre que posso. Bem, eu espero que no futuro próximo eu visite muitos outros mares. Eu realmente quero ir para todo lugar", conta o fotógrafo, que afirma ainda que quer visitar o Brasil, que só conhece por livros, revistas e outras mídias, mas, mesmo assim, afirma que aqui "toda natureza é simplesmente incrível".
Dicas para os principiantes
Para quem pensa em se aventurar na fotografia submarina, o russo dá algumas dicas: "Você precisa de conhecimento, muita sorte e um equipamento muito bom, eu penso. Sem conhecimento sobre a vida marinha, você perde metade dos objetos; sem sorte, você não encontra os mais belos e interessantes; e sem uma boa câmera, você simplesmente não consegue boas fotos! Obviamente, você precisa ser um bom mergulhador também. Há uma grande quantidade de problemas técnicos e segredos na fotografia submarina e você precisa gastar um bom tempo ganhando experiência antes de conseguir as boas fotos que você quer."
O biológo russo Alexander Semenov faz sucesso com suas imagens da vida marinha, como deste verme que é conhecido como Alitta virens
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Imagem mostra outro verme, chamado de Cyanea capillata
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Semenov conta em seu site que se graduou em Moscou em 2007 e foi trabalhar na Estação Biológica do Mar Branco. Ele passou quatro anos no setor de mergulhos e acabou por virar chefe da equipe
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Hoje, ele organiza todas as expedições científicas da estação, mas mergulha por conta própria - sempre com uma câmera
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
O russo conta que começou a fotografar pequenos invertebrados com uma câmera DSLR, mas sem equipamentos profissionais específicos
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
"Eu coletava invertebrados e depois os fotografava no laboratório", diz o biólogo
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
"Após dois ou três meses de erros após erros, eu terminei com algumas boas imagens, as quais eu mostrava para a equipe", afirma Semenov
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
O biólogo conta que os primeiros sucessos fizeram com que ele investisse em um equipamento melhor e mais adequado
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
"Então eu passei a próxima sessão de campo fotografando as mesmas criaturas, mas no seu ambiente natural. Foi muito mais difícil, e eu passei outros dois meses sem resultados significativos"
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Semenov diz que a prática fez com que boas imagens começassem a aparecer
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
"Agora, com quatro anos de prática, eu tenho algumas boas imagens toda vez que mergulho, mas ainda tenho muita coisa antes de dominar a fotografia subaquática"
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
"E o mais importante, eu amo o mar", complementa o biológo russo
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
As imagens de Semenov ganharam destaque em várias publicações. Entre elas, a revista 'Time'
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
"Quando eu tive a oportunidade de mergulhar e ver todas as coisas com meus próprios olhos, foi como um sonho se tornando realidade", diz à revista
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
"Este é outro universo, muito próximo de nós"
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
"Ele é um dos melhores fotógrafos marinhos da atualidade, e com sua câmera é capaz de trazer imagens daquele outro universo e de estranhas criaturas que o chamam de casa", diz o fotógrafo à 'Time'
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
"As imagens não são fáceis de registrar. Alguns animais são praticamente transparentes e chegam a cerca de um centímetro"
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Além do fundo do mar, o biólogo tem outras boas imagens para fazer na Rússia - como a aurora boreal
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
A 'Time' destaca ainda a dificuldade de fazer imagens no Mar Branco, onde as águas são muito frias e com pouca visibilidade
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
O equipamento para esse tipo de fotografia não é muito simples
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Nesta imagem, ele mostra um filhote de Anarhichas lupus
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Por outro lado, o biólogo conta à revista que, após alguns anos fazendo imagens no escuro do fundo do mar, ele já realiza a parte técnica automaticamente
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Nesta imagem, ele mostra um pequeno Mysis oculata
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
O trabalho do russo também foi destaque na 'BBC'
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Aqui pode ser visto um grupo de Mytilus
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Semenov chama este Nereis virens de "dragão"
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Aqui o animal é visto inteiro
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Aqui, o russo registra um "enorme Anarhichas lupus"
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Uma aranha-do-mar Nymphon grossipes come bryozoa
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Esta quantidade enorme de pernas é resultado de duas Nymphon grossipes acasalando
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Membro da equipe mostra um pequeno animal
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Este é um peixe da espécie Agonus cataphractus
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
O biólogo diz que esta é uma colônia de anfípodes, mas eles não soube identificar a espécie
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Uma anêmona Metridium senille
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Semenov mostra o gelo acima da água durante um mergulho
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Detalhe de uma Caprella linearis
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Registro mostra parte da superfície
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
Imagem de um pequeno Limapontia senestra
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
O biólogo descreve esta imagem como uma "pequena bagunça entre um Glycera capitata, Terebellides sp. E Acanthonozoma serratum"
Foto: Alexander Semenov / Divulgação
O russo afirma que esta foi a primeira imagem que vez embaixo d'água