Furacão Helene: contas no Facebook usam IA para criar fotos falsas da devastação
Conteúdo manipulado é projetado para enganar o algoritmo da plataforma, gerando engajamento e receita publicitária
Imagens geradas por IA simulam a devastação causada pelo furacão Helene nos EUA, enquanto golpistas se aproveitam do desastre para gerar engajamento.
O Facebook está sendo preenchido por imagens geradas por inteligência artificial (IA) que simulam a devastação causada pelo furacão Helene, nos Estados Unidos. Enquanto famílias buscam por seus entes queridos e comunidades enfrentam perdas significativas em vidas e propriedades, golpistas parecem estar tirando proveito do desastre natural para gerar engajamento.
O furacão de categoria 4 atingiu diversos estados, como Flórida, Tennessee, Geórgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte. As autoridades já contabilizaram ao menos 160 mortes causadas pelo desastre.
Uma das contas envolvidas, chamada "Coastal Views", normalmente publica imagens geradas por IA que retratam cenários de praias e natureza. No entanto, conforme alertado inicialmente por um usuário da rede X (antigo Twitter), a conta mudou drasticamente de enfoque neste fim de semana.
A conta começou a publicar imagens de bairros inundados, casas submersas e cães isolados em telhados. Embora as imagens pareçam realistas à primeira vista, análises mais detalhadas revelam características comuns da geração por IA, como deformidades nas figuras retratadas.
Um exemplo é o de um homem supostamente resgatando um filhote, mas que aparece com seis dedos em uma das mãos. O alerta foi publicado em uma reportagem do portal Futurism.
Segundo o portal, as imagens estão ligadas a uma página do Etsy chamada "OuterBanks2023", onde um vendedor identificado como "Alexandr" comercializa impressões geradas por IA de cenas bizarras, como cavalos interagindo com tartarugas marinhas ou o Papai Noel correndo pela praia.
Especialistas alertam para os riscos dessa prática. Esse tipo de conteúdo, de baixa qualidade e muitas vezes manipulativo, é projetado para enganar o algoritmo da plataforma, gerando engajamento e receita publicitária.
Segundo uma investigação da 404 Media, esse fenômeno vem crescendo nos últimos anos, com imagens falsas envolvendo temas sensíveis como veteranos de guerra, policiais e, mais recentemente, desastres naturais.
