'Implosão catastrófica' matou todos a bordo de submarino em expedição ao Titanic
Destroços foram encontrados pela Guarda Costeira dos EUA nas proximidades do naufrágio do Titanic; empresa que operava submarino emitiu comunicado lamentando as perdas.
Os passageiros a bordo do submarino desaparecido Titan morreram durante o mergulho feito para visitar os restos do Titanic, afirmou a empresa que operava o equipamento.
A informação foi divulgada em comunicado pela OceanGate e confirmada posteriormente pela Guarda Costeira dos EUA.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos, que participou das buscas ao submarino Titan, disse ter encontrado cinco destroços "que nos informaram ser do Titan".
Um porta-voz da Guarda Costeira relatou como foi o encontro das peças.
"Inicialmente, nós vimos algo que parecia ser a parte externa da cabine de pressão. Encontramos a parte frontal e traseira da cabine de pressão. Depois, encontramos uma segunda área de destroços próxima da região, onde havia outro pedaço do casco da cabine de pressão. Isso nos leva a pensar que ela foi realmente destruída", afirmou.
A partir disso, o órgão disse que vai mapear a região para tentar entender o que aconteceu.
Após serem questionados, os porta-vozes disseram que os destroços não foram encontrados próximos ao Titanic, a ponto de haver a suspeita de que fossem do navio que afundou em 1912. A Guarda Costeira americana informou que o tamanho e o formato dos destroços são consistentes com uma implosão castastrófica.
Os representantes da equipe de resgate ainda disseram que "é muito cedo para dizer se a implosão ocorreu logo após a descida" e que vão continuar investigando essa área de destroços para identificar possíveis causas.
O Titan levava cinco pessoas a bordo e faz parte da empresa OceanGate, que oferece tours submarinos para visitar os destroços do Titanic.
Leia a declaração completa da empresa:
"Acreditamos que, infelizmente, perdemos nosso CEO Stockton Rush, Shahzada Dawood e seu filho Suleman Dawood, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeole.
Esses homens eram verdadeiros exploradores que compartilhavam um distinto espírito de aventura e uma profunda paixão por explorar e proteger os oceanos do mundo. Nossos corações estão com essas cinco almas e todos os membros de suas famílias durante esse período trágico. Lamentamos a perda de vidas e a alegria que eles trouxeram para todos que conheciam.
Este é um momento extremamente triste para nossos funcionários dedicados que estão exaustos e sofrendo profundamente com essa perda. Toda a família OceanGate é profundamente grata aos inúmeros homens e mulheres de várias organizações da comunidade internacional que enviaram recursos de grande alcance e trabalharam arduamente nesta missão.
Agradecemos seu empenho em encontrar esses cinco exploradores e seus dias e noites de trabalho incansável para apoiar nossa tripulação e suas famílias.
Este é um momento muito triste para toda a comunidade de exploradores e para cada um dos familiares daqueles que se perderam no mar.
Pedimos respeitosamente que a privacidade dessas famílias seja respeitada durante este momento tão doloroso".
O que acontece agora?
Não está claro neste momento qual agência governamental vai conduzir uma investigação sobre as causas do acidente, pois não há protocolo para tais incidentes com um submersível. Mas uma apuraçção detalhada deve acontecer, segundo o contra-almirante John Mauger.
De acordo com ele, uma investiagação pode ser particularmente complexa porque o incidente ocorreu em uma parte remota do Oceano Atlântico, envolvendo pessoas de várias nacionalidades.
Mas tendo desempenhado um papel de liderança na operação até agora, Mauger acredita que a Guarda Costeira dos EUA provavelmente continuará a desempenhar esse papel.
De acordo com Mauger, o padrão dos destroços é consistente com "uma implosão catastrófica".
Isso ocorre porque havia duas manchas de detritos: uma contendo o cone do nariz de titânio de Titã e a outra sua cauda - sugerindo que a embarcação explodiu.
Os investigadores primeiro vão querer confirmar as suspeitas das equipes de resgate e o que o co-fundador da OceanGate, Guillermo Söhnlein, disse acreditar ter acontecido: "uma implosão catastrófica."
As autoridades vão reunir todos os fragmentos encontrados para construir um quadro completo da sequência de eventos que levaram à tragédia, de acordo com Ryan Ramsey, ex-capitão de submarino da Marinha Real Britânica.
"Isso não será diferente de uma queda de aeronave, mas, nesse caso, não há caixa preta, então você não será capaz de rastrear os últimos movimentos da embarcação", diz.
"Mas é importante trazer de volta o máximo de pedaços da embarcação. Os peritos serão capazes de analisar a estrutura quebrada, quaisquer fraturas que tenham acontecido e talvez juntar o que realmente aconteceu naqueles últimos momentos", afirma Ramsey.