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Incêndios em Los Angeles podem ser desastre natural mais caro dos EUA

14 jan 2025 - 08h56
(atualizado às 09h10)
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Danos acumulados podem superar 250 bilhões de dólares (mais de R$ 1,5 trilhão), também devido ao alto padrão das residências e empresas atingidas.Poucos lugares representam a riqueza e o glamour como as colinas de Hollywood Hills, em Los Angeles. A exclusividade desse bairro é uma das razões pelas quais os incêndios florestais que atingiram o centro da indústria de cinema e televisão americana podem se tornar um dos desastres naturais mais caros da história dos Estados Unidos.

A área exclusiva de Pacific Palisades é uma das mais afetadas pelos incêndios
A área exclusiva de Pacific Palisades é uma das mais afetadas pelos incêndios
Foto: DW / Deutsche Welle

Os incêndios já deixaram pelo menos 24 mortos e destruíram propriedades no valor de dezenas de bilhões de dólares. Eles ameaçam até marcos icônicos, como o letreiro de Hollywood, e reduziram várias instalações e edifícios conhecidos de Los Angeles a cinzas.

As estimativas dos prejuízos feitas pelas seguradoras estão aumentando à medida que a dimensão do desastre se agrava. Novas estimativas da Wells Fargo e da Goldman Sachs estimam as perdas potenciais do setor de seguros em 30 bilhões de dólares (R$ 183 bilhões).

Na semana passada, a JPMorgan estimara essas perdas em cerca de 20 bilhões de dólares (R$ 122 bilhões).

Esses números podem aumentar conforme o fogo se alastra, já que é difícil fazer previsões precisas quando o desastre ainda está em curso.

Incêndio mais caro

Se esses números se confirmarem, os incêndios florestais de Los Angeles serão o desastre natural mais caro da história dos EUA em termos de perdas seguradas, superando os custos de outros desastres recentes na Califórnia e no Havaí.

Até agora, o incêndio Camp Fire, que atingiu o condado de Butte, no norte da Califórnia, em novembro de 2018, é considerado o mais caro da história americana, com perdas estimadas em cerca de 13 bilhões de dólares (R$ 79 bilhões). Dos cinco incêndios mais caros dos EUA, quatro ocorreram nos últimos sete anos.

Esses valores anteriores consideram as perdas seguradas, que são os custos monetários avaliados dos danos reais cobertos por seguro. Há ainda um cálculo mais amplo de todos os danos econômicos, que consideram os valores não segurados e também os custos indiretos do desastre ambiental.

As perdas econômicas mais amplas também podem incluir perda de salários, perda de renda para empresas e interrupção da cadeia de suprimentos.

No caso de Los Angeles, o serviço privado de meteorologia dos EUA, AccuWeather, que também mede os custos de eventos climáticos, estima que o total de perdas possa superar 250 bilhões de dólares (mais de R$ 1,5 trilhão), quase o dobro do que foi estimado na semana passada.

Se esse número for confirmado, os incêndios florestais de Los Angeles seriam o desastre natural mais caro da história dos Estados Unidos.

"Esses incêndios rápidos e impulsionados pelo vento criaram um dos incêndios mais caros da história moderna dos EUA", disse Jonathan Porter, meteorologista-chefe da AccuWeather. "Os ventos com força de furacão fizeram as chamas devastarem bairros repletos de casas multimilionárias. A devastação deixada para trás é comovente, e o impacto econômico é impressionante."

As autoridades afirmaram que cerca de 12 mil estruturas já foram destruídas, incluindo prédios e residências. Também há danos significativos à infraestrutura, o que aumenta os custos de reconstrução a longo prazo.

Apenas desastres naturais vinculados a furacões tiveram impacto financeiro maior do que o incêndio de Los Angeles. O mais caro de todos foi o furacão Katrina, o devastador ciclone tropical de 2005, em New Orleans. As perdas seguradas foram estimadas em mais de 100 bilhões de dólares (R$ 610 bilhões), segundo a Aon.

De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa) dos EUA, o custo total do evento climático foi de quase 200 bilhões de dólares (R$ 1,2 trilhão), superando o furacões Harvey (2017), Ian (2022), Maria (2017) e Sandy (2012).

Pressão sobre seguros de imóveis

Os incêndios florestais devem colocar uma grande pressão sobre o já problemático setor de seguros de imóveis da Califórnia. As empresas da área estão se preparando para perdas que podem chegar a dezenas de bilhões de dólares. Isso inclui empresas como Chubb e Travelers, que geralmente se especializam em fornecer seguros para propriedades caras e exclusivas.

Algumas empresas, como Allstate e State Farm, recentemente pararam de vender novos seguros residenciais na Califórnia. Elas culparam os limites regulatórios sobre o aumento dos preços dos seguros no estado, que dificultam a operação em uma região que tem sido atingida por muitos incêndios florestais graves nos últimos anos.

Isso deixou muitos proprietários sem seguro privado e dependentes do sistema público de seguros da Califórnia, conhecido como Fair Plan. Estima-se que o Fair Plan tenha uma exposição de cerca de 6 bilhões de dólares (R$ 36 bilhões) apenas na área exclusiva de Pacific Palisades, uma das mais afetadas pelos incêndios.

As altas perdas do Fair Plan podem forçar as seguradoras privadas a intervirem, pois o plano público tem disposições para que seguradoras privadas paguem pelas reclamações que ele não consiga cobrir.

A crescente prevalência de incêndios florestais na Califórnia pode forçar uma revisão do sistema de seguros de imóveis do estado, como sugerem alguns analistas. A mudança climática tem intensificado a temporada de incêndios no estado, com grandes cidades e áreas de alta densidade cada vez mais ameaçadas.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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