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Índia cancela missão à Lua minutos antes do lançamento

Agência Espacial Indiana alegou 'problemas técnicos'. Missão faria o país ser a quarta nação a pousar um aparelho na Lua

16 jul 2019 - 02h45
(atualizado às 04h54)
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SRIHARIKOTA - A Índia cancelou nesta segunda-feira, 15, o lançamento ao espaço de sua missão lunar, exatos 56 minutos e 24 segundos antes do horário previsto para o início da expedição. O tempo inicial foi adiado por conta de "problema técnico ", segundo autoridades. A missaõ tornaria o país a quarta nação a pousar um aparelho na Lua.

A Agência Espacial Indiana (ISRO) pretendia lançar nesta segunda às 2h51 (18h21 de Brasília, domingo) a missão Chandrayaan-2 - carro lunar em hindi - a partir da base de Sriharikota, no sudeste do país. A expedição deveria pousar, no dia 6 de setembro, um módulo de descida e um robô no polo sul da Lua, 384.000 quilômetro da Terra.

Pelo Twitter, a ISRO não especificou o tipo de incidente: "Um problema técnico foi detectado no sistema de lançamento do veículo no minuto T -56". Segundo a agência, como medida de precaução, o lançamento da Chandrayaa-n2 foi cancelado. "A nova data de lançamento será anunciada em breve", completou.

Segundo um cientista citado pelo jornal The Times of India, o problema foi um vazamento no sistema de combustível do foguete. Após carregar o combustível, foi encontrada uma queda de pressão que revelou um vazamento, disse o cientista, admitindo a possível ocorrência de "vários vazamentos". "Tivemos sorte de a missão não entrar na sequência de lançamento automático. Aí estaríamos perdidos", revelou um alto funcionário da ISRO. O jornal destaca que os cientistas "se apressaram em impedir os vazamentos" para poder realizar o lançamento no final de julho.

A missão fará da Índia o quarto país a realizar uma alunissagem e o primeiro a colocar uma sonda no polo sul do satélite natural da Terra, onde foi detectada a presença de gelo, crucial para uma eventual colonização da Lua e como combustível para missões interplanetárias.

O anúncio do adiamento da missão aconteceu pouco depois da fase de abastecimento com hidrogênio líquido do motor criotécnico - baseado na associação de oxigênio e hidrogênio em estado líquido do foguete GSLV-MkIII, o mais potente lançador indiano, equivalente a um foguete europeu Ariane 4.

"Acredito que se o (novo) lançamento não acontecer nas próximas 48 horas, pode ser adiado por vários meses até que tenhamos uma janela de lançamento oportuna" declarou Ravi Gupta, ex-cientista da agência militar Defence Research and Development Organisation (DRDO).

A Chandrayaan-2 inclui um orbitador lunar, um módulo de descida e um rover (veículo de exploração), um dispositivo com peso conjunto de 3,8 toneladas.

A missão indiana é parte de um contexto de intensificação do interesse internacional pela Lua, visitada por seres humanos pela última vez em 1972. Vários países planejam intensificar a exploração do satélite. O governo americano pediu à Nasa que volte a enviar astronautas à Lua em 2024.

O retorno à Lua é considerado uma etapa inevitável na preparação dos voos tripulados para outros planetas, começando por Marte. O projeto Chandrayaan-2 é a segunda missão lunar da Índia, que há 11 anos, na missão Chandrayaan-1, colocou uma sonda em órbita ao redor da Lua.

O programa espacial indiano se destaca por combinar objetivos ambiciosos com recursos muito menores que os de outro países, o que não impede o rápido avanço. A ISRO pretende enviar até o fim de 2022 três astronautas ao espaço, em seu primeiro voo tripulado. Também aspira construir sua própria estação espacial nos próximos 10 anos. / AFP

Estadão
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