Instituto planeja testar vacina contra Aids em 200 pessoas
Vacina se mostrou eficaz em testes com animais
O Instituto de Pesquisa da Aids (IrsiCaixa) começou a preparar os testes clínicos de sua vacina terapêutica contra a doença, que será usada em um grupo de 150 e 200 voluntários a partir do próximo ano, segundo informações divulgadas pela instituição nesta segunda-feira.
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A vacina foi desenvolvida por pesquisadores do IrsiCaixa, de Barcelona, e se mostrou eficaz em testes com animais e é a primeira desenvolvida com base na resposta imunológica apresentada por um grupo reduzido de pessoas capazes de controlar a infecção por HIV sem tratamento antirretroviral.
Segundo o centro, atualmente estão sendo produzidos os lotes clínicos que serão administrados para os voluntários, assim como desenvolvidos os testes para a aprovação pela Agência Espanhola de Remédios e Produtos Sanitários.
A pesquisadora Beatrix Mothe explicou que os tratamentos antirretrovirais atuais conseguem conter a progressão da infecção por HIV, mas não podem eliminar a totalidade de vírus do organismo. Por esse motivo, a estratégia mais realista para terminar com o HIV e a aids passa pelo desenvolvimento de uma vacina efetiva, segundo Mothe, que acrescentou que os testes de fase I e II serão iniciados graças aos bons resultados obtidos com ratos e macacos.
"Estudamos em profundidade como se comporta o HIV em milhares de pessoas infectadas e aprendemos qual é a resposta imunológica necessária para controlar a replicação do vírus à revelia de tratamento antirretroviral. Essa resposta é a que incorporamos ao projeto de nossa vacina HTI", detalhou Beatrix.
Os médicos esperam poder iniciar os testes em humanos ao longo de 2016. A primeira fase durará um ano e terá como objetivo deixar em experimentação a segurança e a capacidade do candidato a ser vacinado de induzir uma resposta imunológica forte e duradoura.
A segunda fase terá uma duração de entre um ano e um ano e meio e avaliará a eficácia das vacinas para conseguir uma cura funcional, que consiste na capacidade da vacina de impedir que o vírus atue após a retirada da medicação antirretroviral.