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Já decorou os quatro novos elementos da tabela periódica?

4 jan 2016 - 17h48
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Livros de química em todo o mundo ficaram desatualizados depois que a União Internacional de Química Pura e Aplicada confirmou, nesta semana, a descoberta de quatro novos elementos.

Trata-se dos elementos 113, 115, 117 e 118, identificados nas últimas décadas por cientistas russos, japoneses e americanos e que completam a sétima fila da tabela periódica.

Eles ainda não têm um nome oficial. Por enquanto, são conhecidos como unúntrio (Uut, ou elemento 113), unumpêntio (Uup, ou elemento 115), ununséptio (Uus, ou elemento 117) e ununóctio (Uuo, ou elemento 118).

Os pesquisadores que descobriram esses elementos sintéticos devem batizá-los nos próximos meses com um nome mitológico, de um mineral, um lugar ou país, uma propriedade ou inclusive de um cientista.

Em 2009, por exemplo, o elemento químico 112 foi batizado como Copernício, em homenagem ao astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), e com o símbolo Cn.

Os quatro novos elementos não são encontrados na natureza. Eles foram criados pelo homem. São altamente radioativos e só se mantêm estáveis por alguns segundos ou até mesmo por um mero milissegundo.

Essa característica dificulta seu estudo e, por isso, ainda não se sabe como podem ser usados na prática.

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Elemento asiático

O elemento 113 pode ter uma vida tão reduzida quanto a de um milissegundo, e sua instabilidade é tal que, até agora, é inútil para uso industrial. Por enquanto, só é utilizado em pesquisas científicas.

A primeira vez em que falou da descoberta deste elemento por uma equipe formada por russos e americanos foi em 2003. Mas só em 2012 a equipe do cientista japonês Kosuke Morita, da Universidade de Kyushu, confirmou sua existência.

Trata-se do primeiro elemento sintético produzido no Japão, e é resultado da desintegração do elemento 115. O isótopo mais estável do Uut, o 286-Ut, tem uma vida útil de 20 segundos.

Microvida

O elemento 115, o unumpêntio, existe por menos de um segundo antes de se decompor em átomos mais leves e é altamente radioativo.

Cientistas russos o relataram pela primeira vez em 2004. Nove anos depois, especialistas de uma universidade sueca confirmaram sua existência a partir de novas evidências.

Os cientistas da Suécia conseguiram produzir um novo isótopo desse elemento, que se transformou em outras partículas por meio de um processo radioativo.

Isso permitiu ter uma melhor compreensão da estrutura e das propriedades de núcleos atômicos superpesados.

Um dos superpesados

O ununséptio (elemento 117) é o segundo elemento sintético mais pesado depois do elemento 118.

Também sabe-se muito pouco sobre ele, porque foi só em 2010 que uma equipe russo-americana anunciou sua descoberta.

O Uus tem uma vida de meros milissegundos, e o que o permite existir nesse breve intervalo são as chamadas ilhas de estabilidade temporal entre prótons e nêutrons.

O mais pesado

Esta é a nova tabela periódica com os novos elementos
Esta é a nova tabela periódica com os novos elementos
Foto: Wikicommons / BBC News Brasil

O ununóctio (elemento 118) tem a maior massa atômica de todos os elementos sintetizados até agora.

Em 2002, cientistas do Instituto Unificado de Pesquisas Nucleares de Dubna, na Rússia, confirmaram sua existência.

Seu átomo é altamente instável, o que dificulta seu estudo experimental. No entanto, com o que se sabe até agora, especialistas estimam que, sob condições normais de temperatura e pressão, o 118 seja um sólido.

Como o restante de seus companheiros, o Uuo só serve até agora para pesquisas científicas.

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