Marca de mão misteriosa é encontrada em fosso de 1.000 anos abaixo de Jerusalém
Um fosso medieval foi encontrado por arqueólogos sob Jerusalém: datado do século 12, ele ainda contém uma misteriosa marca de mão de autoria desconhecida
Arqueólogos encontraram, no interior da Cidade Velha de Jerusalém, um fosso, parte da antiga muralha que um dia cercou a cidade durante a Idade Média. Ao realizar escavações ao longo da estrutura defensiva, também foi localizada a marca de uma mão, feita em baixo-relevo, cujo significado ainda é desconhecido.
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Os cientistas dataram o canal para cerca do século X a.C., não sendo mais antigo do que isso. Zubair Adawi, responsável pela escavação e diretor do Israel Antiquities Authority, estima que o fosso tenha pelo menos 10 metros de largura e entre 2 e 7 metros de profundidade. Sua função foi, um dia, a de impedir que invasores, muito provavelmente cruzados europeus, pudessem se aproximar das muralhas e invadir a cidade.
Fossos e defesas da antiga Jerusalém
Um fosso era, nos tempos antigos, geralmente preenchido com água, elemento clássico no imaginário dos castelos europeus, cujo objetivo era o de retardar mais ainda avanços de tropas. No caso da estrutura de Jerusalém, no entanto, notou-se que ela era vazia, deixando apenas a largura e a profundidade como obstáculos.
A muralha que envolve a Cidade Antiga atualmente foi construída no século XVI, pelo sultão turco-otomano Soleimão I, o Magnífico. Apesar de imponentes, as defesas medievais eram muito mais eficientes, de uma impenetrabilidade historicamente renomada. Diversas camadas de muros e elementos defensivos, como catapultas e balistas, eram enfileiradas no topo, parando os exércitos invasores com muito mais do que apenas suas paredes.
Dada a datação do fosso, ele provavelmente viu muita ação durante as Cruzadas. Exércitos europeus, entre os séculos XI e XIII, tentaram tomar a cidade inúmeras vezes. Historiadores que acompanharam a 1ª Cruzada descreveram a chegada dos cristãos à cidade em junho de 1099 da seguinte maneira:
"Exaustos pela viagem, eles se puseram em oposição ao enorme fosso, e apenas após cinco semanas, tiveram sucesso em cruzá-lo com táticas de invasão e ao custo de muito sangue, sob o fogo severo dos defensores muçulmanos e judeus."
Além do fosso, duas camadas muradas espessas tiveram de ser cruzadas, enquanto os defensores lançavam flechas, virotes, fogo e enxofre sobre os exércitos cruzados. Túneis secretos também estavam presentes, por onde os sitiados sairiam da cidade para o fosso, atacariam os cristãos de surpresa e retrocederiam para a segurança da cidade. Não sabemos se a mão marcada no fosso era de um defensor, um cavaleiro invasor ou outra pessoa, e nem se marcava um local, dava um sinal ou era apenas uma brincadeira. Pesquisas futuras dirão.
Fonte: Israel Antiquities Authority
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