Script = https://s1.trrsf.com/update-1727287672/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Neandertais usavam aspirina natural e antibióticos

Estudo do tártaro dos dentes neandertais e DNA preservado de presas, micróbios e outras criaturas revelou coisas incríveis sobre a espécie, como uso de remédios

20 fev 2024 - 15h51
(atualizado às 18h42)
Compartilhar
Exibir comentários

Um dos estudos mais completos sobre os neandertais revelou desde sua dieta e estilo de vida até uso primitivo de remédios, mas garanto que você não consegue adivinhar de onde vieram essas informações. Do tártaro de seus dentes! Sim, a placa dental da espécie armazenou seu DNA e o de microorganismos que faziam parte de sua rotina, garantindo dados inestimáveis aos cientistas.

Foto: Trougnouf (Benoit Brummer)/CC-BY-4.0 / Canaltech

Foram estudados dois neandertais (Homo neanderthalensis) da caverna de El Sidron, na Espanha, e um da caverna de Spy, na Bélgica. Os microorganismos, vírus e alimentos que deixaram seu DNA nos dentes desses indivíduos mostraram diferenças muito interessantes em sua cultura e dieta, mudando inclusive o microbioma corporal.

Diferenças culturais neandertais

Os sujeitos da caverna de Spy mostraram uma dieta essencialmente carnívora, caçando grandes mamíferos — seus dentes revelaram DNA de rinocerontes-lanosos e muflões, um tipo de caprino europeu, com alguns cogumelos nativos de sobremesa, estes ainda consumidos no continente atualmente.

Já os de El Sidron diferiram muito, não apresentando indicação alguma de consumo de carne, apenas nozes de pinheiro, musgo, casca de árvore, cogumelos variados e outras ervas, provavelmente tão bolorentas quanto.

Eram dietas paleolíticas autênticas, já que era comido apenas o que podia ser forrageado e identificado no ambiente — em Spy, por exemplo, o ambiente era semelhante a uma estepe, com colinas verdejantes e megafauna que incluía os rinocerontes-lanosos, enquanto El Sidron era composta de uma floresta montanhosa, repleta de fungos e pinheiros.

Medicina neandertal

O aspecto mais surpreendente da pesquisa foi provavelmente o medicinal. Um dos neandertais espanhóis mostrou evidências de um abscesso dental, com DNA de um parasita intestinal nocivo, o Microsporidia, que leva a doenças crônicas.

Descobertas como essa ajudam a desmistificar o estereótipo de neandertais como homens das cavernas brutos e malvestidos (Imagem: Neanderthal-Museum, Mettmann/CC-BY-4.0)
Descobertas como essa ajudam a desmistificar o estereótipo de neandertais como homens das cavernas brutos e malvestidos (Imagem: Neanderthal-Museum, Mettmann/CC-BY-4.0)
Foto: Canaltech

Ele estava tratando a condição com remédios silvestres, como casca e broto de álamo (ou choupo), árvore fonte de aspirina natural, e o mofo Penicillium, fonte do primeiro antibiótico do mundo, a penicilina.

Na natureza, esse mofo é comum, mas o indivíduo mostrou estar ingerindo vegetação em apodrecimento contendo outras espécies de mofo — como o comportamento não é visto em outros neandertais, fica a questão: estariam eles realmente usando antibióticos?

De qualquer forma, nossos primos do passado sabiam como tratar doenças, o que mostra uma sofisticação e cultura para além do que esperávamos da espécie neandertal e seus estereótipos.

Fonte: Nature

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade