Nós conhecemos apenas 1% dos compostos químicos do Universo
Existem bilhões de produtos químicos existentes no Universo e, de acordo com pesquisadores, nós conseguimos identificar apenas 1% deles. Cientistas acreditam que esses compostos químicos ainda não descobertos poderiam ajudar na remoção dos gases de efeito estufa (GEEs) ou desencadear um avanço médico semelhante ao que a penicilina um dia já fez.
Então, por que ainda andamos tão no escuro assim? Por mais que pareça ironia, não é como se os químicos não estivessem curiosos para descobrir mais. Desde que a Tabela Periódica foi inventada pelo químico russo Dmitri Mendeleev em 1869, pesquisadores têm descoberto vários produtos químicos que ajudaram a definir o mundo moderno. Porém, alguns processos são mais delicados do que poderíamos imaginar.
Descobrindo novos elementos
Em 2010, cientistas foram capazes de sintetizar o elemento 117 pela primeira vez, o qual foi chamado de tennesso (Ts). Porém, para que elementos desse tipo pudessem ser descobertos, precisávamos da fusão nuclear — constituída pelo disparo de átomos uns contra os outros na velocidade da luz.
Para compreendermos a dimensão completa do universo químico, também precisamos entender como os compostos químicos surgem. Alguns deles aparecem naturalmente, como a água que é feita de hidrogênio e oxigênio. Outros, como o náilon, foram descobertos em experimentos de laboratório e podem ser produzidos em fábricas.
Os elementos são feitos de um tipo de átomo e cada átomo é feito de partículas ainda menores, incluindo elétrons e prótons. Já um composto químico é feito de dois ou mais átomos. Portanto, embora seja possível que ainda existam alguns elementos não descobertos para serem encontrados, isso é um tanto quanto improvável. Então, quantos compostos químicos poderíamos fazer com os 118 tipos diferentes de elementos que conhecemos até aqui?
Em tese, existem quase 7 mil compostos de dois átomos no Universo e cerca de 1,6 milhão de compostos de três átomos. Os números só aumentam conforme a quantidade de átomos existente dentro de uma estrutura. O maior composto químico produzido até agora surgiu em 2009 e possuía quase 3 milhões de átomos. Logo, podemos imaginar que existe quase um número infinito de combinações por aí esperando para serem descobertas.
Complexidade das descobertas
Existem algumas regras para que um composto químico possa surgir, embora elas sejam flexíveis. Até mesmo os chamados "gases nobres" (neon, argônio, xenônio e hélio) que tendem a não se ligar a nada, às vezes formam compostos. Tudo depende das condições de criação. Portanto, se você incluir ambientes extremos em seus cálculos, o número de compostos possíveis aumenta.
Muitas vezes, procurar novos compostos químicos é também procurar por outros já conhecidos. Afinal, quando alterado um pouco — seja adicionando, excluindo ou trocando alguns átomos — todo produto químico pode apresentar uma nova faceta. É como se você estivesse fazendo uma casa de LEGO e toda vez que fosse brincar decidisse trocar algumas peças de lugar.
Hoje em dia, através das nossas tecnologias, é muito mais fácil determinar a estrutura de novos compostos do que antigamente. Portanto, é possível que em alguns anos nós sejamos surpreendidos por uma nova descoberta que irá revolucionar completamente a forma como enxergamos o mundo, parecido com o que a descoberta da penicilina fez em 1928.