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Nova constelação de satélites pode causar colisões no espaço, alerta Nasa

Agência norte-americana divulga comunicado sobre instalação de equipamentos de banda larga de telefonia celular 4G e 5G

9 nov 2020 - 10h01
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A Nasa demonstrou preocupações com colisões espaciais com a construção de uma constelação de satélites de grandes dimensões pela empresa norte-americana AST & Science. O alerta foi dado em uma carta oficial enviada à Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC, na sigla em inglês) como resposta à solicitação da própria AST & Science.

A intenção da empresa é lançar 243 satélites para o oferecimento de serviço de banda larga a celulares 4G e 5G. A constelação seria construída a uma altitude de 720 quilômetros acima da superfície da Terra. Chamada de SpaceMobile, a constelação contará com antenas que cobrirão uma área de aproximadamente 900 m². A companhia já levantou cerca de US$ 120 milhões para colocar em prática o plano.

A Nasa alerta que a altitude proposta para os satélites fica próxima de outros 10 equipamentos operados por ela e pelo US Geological Survey e por parceiros da França e do Japão. Esses equipamentos formam a A-Train, missões de observação da Terra. A Nasa pede para que a AST & Science reconsidere as órbitas propostas.

"A Nasa envia esta carta durante o período de comentários públicos com o objetivo de fornecer uma melhor compreensão das suas preocupações com relação aos seus ativos em órbita, para mitigar ainda mais os riscos de colisões para o benefício mútuo de todos os envolvidos', escreveu Samantha Fonder, um engenheiro da agência espacial.

De acordo com a agência, "a experiência histórica com a A-Train mostrou que esta região do espaço tende a produzir um elevado número de conjunções entre objetos espaciais". Devido ao tamanho dos equipamentos propostos (900 metros quadrados), seria preciso coordenar ao menos quatro manobras e 40 atividades diárias de planejamento.

Além disso, objetos dessa proporção não foram testados pela AST, argumenta a agência espacial norte-americana. A falta de experiência pode tornar ao menos 10% deles suscetíveis a falhas.

A AST & Science afirmou que o SpaceMobile não apresenta risco de colisão. "Revisamos a carta da Nasa e estamos confiantes de que podemos trabalhar com eles para resolver suas preocupações, incluindo esclarecimentos sobre o projeto da constelação da AST, que gerencia os detritos orbitais de forma robusta e mantém a Nasa e outros ativos orbitais seguros", afirmou Raymond Sedwick, cientista-chefe de sistemas espaciais da empresa.

Estadão
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