Nova espécie de dinossauro que habitava o interior de SP é descoberta; saiba como era
Animal tinha cerca de 90 cm de altura, 1,5 metro de comprimento e foi identificado a partir das pegadas que deixou em rochas de arenito
Um corredor veloz e mortal percorria as vastas áreas de um deserto com dunas no interior do estado de São Paulo, no Cretáceo inferior, há 135 milhões de anos. O animal, que provavelmente perseguia suas presas, pois era carnívoro, acaba de ser identificado como uma nova espécie de dinossauro brasileiro que habitava a região onde hoje está a cidade de Araraquara. A descoberta, que envolveu pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), foi publicada na revista científica Cretaceus Research.
De acordo com o pesquisador Marcelo Adorna Fernandes, professor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Ufscar, o dinossauro tinha cerca de 90 cm de altura, 1,5 metro de comprimento e foi identificado a partir das pegadas que deixou em rochas de arenito, usadas para construir as calçadas de Araraquara. As pegadas mostraram que o animal jovem tinha boa adaptação ao clima seco e de dunas correspondente às formações geológicas da região na época.
Com a descoberta, o número de dinossauros brasileiros vai crescendo e já são cerca de 30 descritos formalmente. No final do ano passado, uma equipe formada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e de outras universidades brasileiras descreveu e identificou o Ibirania parva, uma espécie de dinossauro herbívoro da família dos gigantescos titanossauros, mas com pouco mais de 5 metros de comprimento, o que o tornou pequeno perto dos parentes pescoçudos.
Os fragmentos fósseis do animal usados para identificar a espécie foram descobertos em 2005 por Marcelo Adorna Fernandes. Ele também foi o primeiro a identificar e descrever um urólito - xixi fóssil de dinossauro - em pedras de Araraquara, naquele que pode ter sido o maior deserto de dunas do planeta. Há muita pesquisa pela frente, segundo Fernandes. "Ainda falta a descrição formal dos ornitópodes (herbívoros)", disse.