PUBLICIDADE

Novo microscópio gera imagens em 3D com resolução de gigapixels

Novo microscópio combina 54 lentes e consegue tirar fotos e vídeos em 3D, com resolução de gigapixels, ajudando a descobrir detalhes científicos incríveis

22 mar 2023 - 21h09
(atualizado em 23/3/2023 às 10h30)
Compartilhar
Exibir comentários

Cientistas da Universidade Duke, nos Estados Unidos, conseguiram criar um novo tipo de câmera de resolução microscópica combinando diversas lentes, o que lhes permitiu chegar aos milhares de megapixels e em três dimensões. Com o nome de "Microscópio de Arranjo Multi-Câmera" (MCAM, na sigla em inglês), o dispositivo combina 54 lentes, capazes de capturar um objeto a partir de diversos ângulos diferentes.

As inúmeras imagens capturadas pelo microscópio são reunidas e "costuradas" em uma única e enorme imagem, com resolução na casa dos gigapixels, cerca de 50 a 100 vezes mais detalhada do que uma foto tirada por um smartphone comum, ou ao menos 10 vezes melhor do que os modelos mais tecnológicos do mercado. Como são diversas perspectivas sobrepostas, é possível ter uma visão 3D do que é fotografado, revelando informações anteriormente não percebidas.

Vídeos, tamanho e compressão

O potente microscópio não se limita apenas a fotos — ele também pode fazer vídeos em 3D de áreas de até 135 cm² a uma taxa de 230 frames por segundo. Como a resolução é avantajada, o volume de dados gerados também é massivo, produzindo mais de 5 gigapixels por segundo e gerando terabytes de informação em minutos. Os cientistas, então, criaram algoritmos apoiados pelo aprendizado de máquina para processar, com eficiência, tudo que é salvo pela câmera.

Para testar as novas capacidades, diversas equipes de pesquisadores utilizaram o dispositivo, observando animais que vão desde formigas e moscas até peixes-zebra. Os insetos puderam ser capturados em detalhes que vão quase até o nível celular, enquanto os peixes foram examinados desde o estado larval até o estágio adulto. Outra equipe observou o comportamento dos animais aquáticos sob o efeito de drogas neuroativas.

Uma das vantagens do estudo dos peixes-zebra é que, anteriormente, o desenvolvimento dos animais tinha de ser observado por meio de dados capturados com laser, o que requeria o uso de sedativos e aparelhos para deixar os sujeitos estudados parados. Isso, no entanto, prejudicava o seu desenvolvimento, o que não é mais necessário com o novo microscópio.

Vantagens à ciência e outros usos

Foto: Yassine Khalfalli/Unsplash / Canaltech

Desde o primeiro uso, os cientistas já se mostraram muito animados e surpresos com novos comportamentos percebidos, envolvendo elementos como profundidade e direção que não podiam ser medidos anteriormente. A técnica, segundo os cientistas, poderá ser utilizada para observar grandes grupos de sujeitos estudados, como culturas celulares, detectando mudanças que outros aparelhos demorariam muito para notar.

Além do uso biológico, são sugeridas outras funções para a tecnologia, como o reconhecimento de "digitais" de obras de arte e itens de colecionador, buscando identificar fraudes com maior facilidade ao comparar detalhes microscópicos. Os pesquisadores ainda dizem que são "apenas biólogos mexendo com ótica", e esperam que físicos possam, no futuro, apresentar ideias que melhorem ainda mais os resultados dos experimentos.

Fonte: Duke University

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade