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O que é a anomalia do gálio, questão que desafia a física há 35 anos?

O gálio é um metal prateado que tem a curiosa propriedade de derreter na palma da mão devido à sua baixa temperatura de fusão

7 set 2024 - 06h32
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O gálio é um metal prateado que tem a curiosa propriedade de derreter na palma da mão. Este fenômeno é devido à sua baixa temperatura de fusão, que é cerca de 29,76 °C. Além dessa peculiaridade, o gálio possui uma série de outras características que o tornam fundamental para diversas aplicações tecnológicas e científicas.

A anomalia do gálio foi primeiramente observada no Experimento Soviético
A anomalia do gálio foi primeiramente observada no Experimento Soviético
Foto: Americano de Gálio realizado entre 1989 e 1999 - Cana Fotos / Perfil Brasil

Este metal é amplamente utilizado em áreas como a eletrônica, na produção de semicondutores e LEDs, e é fundamental para certos experimentos físicos e químicos. Sua capacidade de formar ligas com pontos de fusão ainda mais baixos, quando combinado com metais como o mercúrio e o césio, o faz valioso em muitas frentes de pesquisa.

Gálio na eletrônica

O gálio desempenha um papel vital na eletrônica, sendo essencial na fabricação de dispositivos semicondutores e LEDs. Esses componentes são a espinha dorsal de muitos equipamentos eletrônicos modernos.

  • Semicondutores: O gálio é essencial na produção de semicondutores, que são usados em computadores, smartphones, e uma miríade de outros dispositivos.
  • LEDs: Diversos diodos emissores de luz (LEDs) empregam compostos de gálio para gerar luz de maneira eficiente e sustentável.
  • Células Solares: Painéis fotovoltaicos de alta eficiência também fazem uso de gálio para converter luz solar em energia elétrica.

O que é a anomalia do gálio?

A anomalia do gálio refere-se a uma discrepância observada em experimentos que medem neutrinos solares. Esta diferença é entre a quantidade de neutrinos detectada e os valores esperados baseados no modelo padrão da física de partículas. Vamos entender melhor o que acontece nesses experimentos e qual é a raiz desta anomalia.

Neutrinos são partículas subatômicas que têm uma massa extremamente pequena e não possuem carga elétrica. Existem três tipos de neutrinos: de elétron, de múon e de tau. Quando um átomo de gálio-71 interage com um neutrino de elétron, é disparada uma reação nuclear que faz o átomo de gálio decair em germânio-71, liberando um elétron.

O germânio-71 resultante é radioativo e instável, e volta a decair em gálio-71 em aproximadamente 11,4 dias. Este processo pode ser monitorado para contar quantos neutrinos foram capturados inicialmente. Contudo, os resultados mostram menos germânio-71 do que o modelo padrão prevê, indicando um déficit inesperado.

Experimentos e investigações relacionadas

A anomalia do gálio foi primeiramente observada no Experimento Soviético-Americano de Gálio realizado entre 1989 e 1999. Em 2001, o experimento GALLEX, realizado na Itália, também notou um déficit de germânio-71. O Experimento Baksan sobre Transição Estéril (BEST), realizado em 2012, novamente indicou uma produção menor do que o esperado de germânio-71 quando exposto a cromo rico em neutrinos, com um déficit de 20% a 24%.

Esses resultados levantaram a possibilidade da existência de um tipo de neutrino ainda não detectado chamado neutrino estéril, que só interage via força gravitacional. A hipótese até agora não encontrou provas definitivas, deixando a comunidade científica em busca de novas respostas.

Além de suas aplicações práticas na eletrônica, o gálio é central para avanços em física e química. Ele participa de experimentos que podem redefinir nossos entendimentos sobre partículas subatômicas e a estrutura do universo. Por isso, o ele é um metal que, além de suas curiosas propriedades físicas, guarda um potencial imenso para futuras descobertas.

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