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Paxlovid: o que é a pílula contra covid que a Pfizer diz ter reduzido em 89% internações e mortes

A empresa interrompeu os ensaios clínicos precocemente porque os resultados iniciais do medicamento foram muito positivos.

5 nov 2021 - 15h49
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Várias pílulas coloridas
Várias pílulas coloridas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Uma pílula experimental para tratar covid-19 desenvolvida pela Pfizer reduz em 89% o risco de hospitalização ou morte em adultos vulneráveis, segundo dados preliminares dos resultados de ensaios clínicos.

O medicamento — chamado Paxlovid — deve ser usado logo após o aparecimento dos sintomas em pessoas com alto risco de desenvolver a forma grave da doença.

O anúncio da Pfizer foi feito um dia depois de o órgão regulador de medicamentos do Reino Unido aprovar um tratamento semelhante — o comprimido molnupiravir, da farmacêutica americana Merck Sharp and Dohme (MSD).

A Pfizer informou que interrompeu precocemente os ensaios clínicos do Paxlovid, pois os resultados iniciais do medicamento foram muito positivos.

O Reino Unido já encomendou 250 mil ciclos do novo tratamento da Pfizer, assim como 480 mil ciclos do molnupiravir, da MSD.

O medicamento da Pfizer, conhecido como inibidor de protease, é desenvolvido para bloquear uma enzima de que o vírus precisa para se multiplicar. Quando tomado junto com uma dose baixa de outro comprimido antiviral chamado ritonavir, permanece no corpo por mais tempo.

Três comprimidos devem ser tomados duas vezes ao dia durante cinco dias.

O tratamento combinado funciona de maneira ligeiramente diferente da pílula da MSD, que introduz erros no código genético do vírus.

A Pfizer afirmou que planeja enviar os resultados dos testes provisórios do comprimido ao órgão regulador de medicamentos dos EUA, o FDA (na sigla em inglês), como parte da solicitação para seu uso emergencial, aberta no mês passado.

O CEO da empresa, Albert Bourla, disse que a pílula tem "o potencial de salvar a vida dos pacientes, reduzir a gravidade das infecções por covid-19 e eliminar até nove em cada 10 hospitalizações".

Resultados do ensaio clínico

As vacinas contra covid-19 são vistas como a melhor forma de controlar a pandemia, mas também há uma demanda por tratamentos que podem ser feitos em casa, especialmente para pessoas vulneráveis infectadas.

Dados provisórios do ensaio clínico do tratamento com 1.219 pacientes de alto risco infectados recentemente com covid-19 mostraram que 0,8% dos que tomaram Paxlovid foram hospitalizados, em comparação com 7% dos pacientes que receberam placebo.

Eles foram tratados dentro de três dias após o início dos sintomas da doença.

Foram registradas sete mortes entre aqueles que receberam o placebo — e nenhuma no grupo que tomou a pílula.

Quando o tratamento começou dentro de cinco dias após o aparecimento dos sintomas, 1% do grupo que tomou Paxlovid acabou internado, mas nenhum óbito foi registrado. Já no grupo placebo, 6,7% dos pacientes foram hospitalizados e 10 mortes contabilizadas.

Os pacientes que participaram do estudo, que ainda não foi publicado ou revisado, eram idosos ou apresentavam um problema de saúde subjacente que os colocava em maior risco de desenvolver a forma grave da covid-19.

Todos eles apresentavam sintomas leves a moderados da doença.

"O sucesso desses antivirais marca potencialmente uma nova era em nossa capacidade de prevenir as consequências graves da infecção por SARS-CoV2 [vírus causador da covid-19], e também é um elemento vital para o tratamento de pessoas clinicamente vulneráveis que podem ser incapazes de receber ou responder às vacinas", afirmou Stephen Griffin, professor associado da Escola de Medicina da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

A Pfizer também está estudando o impacto do tratamento em pessoas com baixo risco de contrair a doença e naquelas que já foram expostas ao vírus por alguém de sua residência.

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