Antígeno tem melhor resultado para diagnóstico da tuberculose
Antígeno tem melhor resultado para diagnóstico da tuberculose
Pesquisa publicada no periódico Brazilian Journal of Infectious Diseases de fevereiro de 2009 aponta que um antígeno glicolipídico pode fornecer o melhor desempenho como instrumento diagnóstico da infecção por tuberculose, apresentando uma sensibilidade de 88% e especificidades variando entre 88 e 100% no grupo controle das experiências. O trabalho foi conduzido por Janaina Bezerra, da Universidade Federal do Maranhão, e colegas.
Segundo os autores, as amostras de soros utilizadas no levantamento foram coletadas no período entre junho de 2000 e abril de 2002. Eles dizem que "o estudo foi aprovado pelo comitê de ética local do Hospital das Clínicas de São Paulo", com o consentimento por escrito de cada participante. Os cientistas empregaram na pesquisa 52 pacientes com sintomas clínicos que sugeriam a infecção por tuberculose, e o conjunto dos estudados estava na média dos 36 anos de idade, com a idade máxima em 14 e a mínima em 75.
Como grupo controle, o grupo de estudo utilizou um conjunto de 20 indivíduos considerados saudáveis, que haviam declarado não ter tido contato com contaminados. Também foram utilizadas 16 amostras de indivíduos que tiveram contato com os contaminados, e 49 indivíduos com outras pneumopatias.
Os pesquisadores afirmam que foram realizados testes ELIZA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) com um antígeno de proteína completa e com o antígeno glicolipídico. Nos resultados, Janaina e colegas afirmam que o antígeno glicolipídico "possuiu a menor variação em especificidade nos grupos avaliados" com a "especificidade para indivíduos saudáveis de 100% e 88% para pacientes com outras pneumopatias, e 80% para indivíduos que tiveram contato com os tuberculosos, correspondendo à uma especificidade geral de 89%".
Os autores também relatam que "os antígenos glicolipídicos e recombinantes (PGL-Tb1) obtiveram os melhores valores de especificidade no estudo de amostras de soro de indivíduos saudáveis (100 e 90% respectivamente)". Eles concluem, afirmando que "o antígeno glicolipídico obteve o melhor resultado; detectou 91% dos casos de tuberculose pulmonar (40/44)".
Os responsáveis pela pesquisa afirmam no artigo que "apesar do teste ELIZA IgA com o antígeno glicolipídico fornecer os melhores resultados, acreditamos que a especificidade do teste pode ser melhorada com o uso de antígenos glicolipídicos mais adequados que estão presentes apenas em amostras de M. tuberculosis, evitando-se a contaminação durante o processo de purificação do antígeno e por pré-absorção do soro com micobactérias que não a M. tuberculosis".
Eles acrescentam: "nossos resultados sugerem que anticorpos de imunoglobina A possuem potencial valor clínico para monitorar o tratamento de tuberculose, já que 40% dos tísicos estudados obtiveram quedas na reatividade durante o período subseqüente e 20% apresentaram sorologia negativa após o fim do tratamento.