Chulé pode ajudar no combate à malária, aponta pesquisa
Mosquitos são atraídos pelo fedor; estudo do cheiro ruim emitido por pés humanos deve contribuir para a criação de armadilhas contra a doença
Há décadas as autoridades sanitárias têm combatido a malária com inseticidas, mosquiteiros e medicamentos. Agora, cientistas dizem que pode haver uma nova ferramenta na luta contra essa doença transmitida por mosquitos: o fedor de pés humanos.
Em um estudo feito em laboratório, pesquisadores descobriram que os mosquitos infectados com a enfermidade se sentiam mais atraídos aos odores humanos transmitidos por uma meia suja do que aqueles que não portavam a malária. Os insetos portadores dos parasitas da malária eram três vezes mais propensos a ser atraídos por meias mal-cheirosas.
A descoberta pode contribuir para a criação de armadilhas a serem usadas exclusivamente contra mosquitos portadores da malária, afirmaram os cientistas. Estima-se que a doença seja responsável pela morte de mais de 600 mil pessoas todo ano, em sua maioria crianças na África.
"Pés mal-cheirosos têm uma utilidade, afinal de contas", afirmou James Logan, que coordenou a pesquisa na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. "Cada vez que identificamos uma nova parcela de como o mosquito da malária interage conosco, ficamos mais próximos que controlá-la melhor.
Os resultados foram publicados no mês passado na revista científica PLoS One.