Cientistas conseguem pela 1ª vez tratar vírus ebola em animais infectados
Resultados são considerados promissores para o desenvolvimento de terapias contra o vírus, que causa morte em até 90% dos casos
Cientistas americanos conseguiram pela primeira vez tratar com sucesso o vírus ebola, um dos mais fatais para a humanidade, logo após o início dos sintomas em animais infectados. Os resultados mostram esperança para um tratamento definitivo contra o vírus mortal, que causa febre hemorrágica e, em humanos, atinge níveis de mortalidade de até 90%. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira na edição online da Science Translational Medicine.
Combinando três diferentes anticorpos em um único e potente medicamento, os cientistas descobriram que os sintomas eram refreados. De acordo com os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército Americano (USAMRIID), o coquetel foi capaz de proteger primatas com 100% de eficácia quando administrado em até uma hora após a exposição ao ebola. Dois terços dos animais testados foram protegidos quando tratados em até 48 horas.
"Sem vacinas ou terapêutica atualmente licenciadas para tratar ou prevenir o vírus ebola, o MB-003 (nome do tratamento) é um candidato promissor para desenvolvimento contínuo", afirmou Larry Zeitlin, um dos autores do estudo. "Esses primeiros impulsionam o limite do MB-003 de profilaxia (prevenção) pós-exposição até um tratamento comprovado contra a doença", disse Gene Olinger, um dos principais responsáveis pela pesquisa.
Nesse estudo, 43% dos primatas infectados se recuperaram após receber o tratamento intravenoso de 104 a 120 horas após a infecção. O tratamento experimental diferiu de um projeto anterior dos cientistas: nessa pesquisa, animais infectados não foram tratados até desenvolverem sintomas mensuráveis da doença. O vírus ebola tem sido responsável por inúmeras mortes na África nos últimos anos. Além de configurar uma preocupação global em relação à saúde, o vírus também é considerado um agente de ameaça biológica.