Coração artificial brasileiro está pronto para testes em humanos
Pesquisadores do da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia estão selecionando pacientes para testar o primeiro coração artificial totalmente implantável desenvolvido no Brasil.
"Já tivemos o pedido para testes clínicos na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovado, e estamos trabalhando na seleção dos pacientes", afirma Aron José Pazin de Andrade, diretor do Centro de Engenharia em Assistência Circulatória do Instituto Dante Pazzanese. O coração artificial pode auxiliar o órgão natural ou substituí-lo completamente.
Para os cientistas, o maior desafio foi desenvolver uma solução de recarga das baterias, já que não há fios nem conexões que atravessem a pele. O sistema criado usa uma bobina externa que entra em contato com outra ligada ao dispositivo. A energia é transmitida através da pele por indução.
Os pesquisadores das duas instituições também desenvolveram uma bomba artificial, que serve para auxiliar o coração natural - mas não consegue substituí-lo. "Já existem equipamentos como esse em outros países, mas é muito cara sua importação. Nossa proposta é desenvolver uma tecnologia nacional que tenha um custo bem menor", explica Cardoso.
A bomba brasileira está prevista para custar em torno de R$ 10 mil, enquanto uma importada pode passar de R$ 200 mil, o que viabilizaria a compra pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, esta, ao contrário do coração artificial, ainda não está pronta para testes em humanos.