Estudo acha pistas da origem da criatividade e fala em uso em máquinas
A descoberta, afirmam os cientistas, pode ser um passo importante para a inteligência artificial
Um estudo da Universidade de Dartmouth afirma ter respondido a uma antiga pergunta da filosofia e da ciência: de onde vem a imaginação? Segundo os pesquisadores, a capacidade de criar, inventar e pensar é realizada não em um local específico do cérebro, mas em uma grande rede neural que manipula imagens, símbolos, ideias e teorias e que dá ao ser humano a capacidade de resolver problemas complexos e desenvolver novas ideias. O estudo foi divulgado nesta segunda-feira na publicação especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
"Nossas descobertas nos movem mais perto de entender como a organização do nosso cérebro nos diferencia de outras espécies e provê um rico playground interno para pensarmos livre e criativamente", diz Alex Schlegel, líder do estudo.
Estudiosos teorizam que a imaginação humana requer uma grande rede neural, mas faltam evidências da existência desse "espaço de trabalho mental". Os pesquisadores da universidade americana partiram da questão: como o cérebro nos permite manipular imagens mentais? Por exemplo, imaginar algo fora da realidada - como uma abelha com uma cabeça de touro - requer que o cérebro construa uma figura nova e a faça aparecer na nossa mente.
Durante a pesquisa, os cientistas reuniram 15 participantes e pediram que estes imaginassem formas abstratas. Depois, eles tinham que combinar para formar imagens mais complexas e, por fim, desmantelar as figuras em suas partes separadas.
Os pesquisadores usaram um exame por ressonância magnética e descobriram que uma rede ao longo de uma grande área do cérebro entrava em ação para criar as manipulações de imagens. Segundo os pesquisadores da Dartmouth, a rede lembra o "espaço de trabalho mental" teorizado pelos estudiosos que seria responsável pela criatividade e que nos diferenciou dos demais animais.
"Entender estas diferenças nos dará pistas de onde a criatividade humana vem e possivelmente nos habilita a recriar esse mesmo processo criativo em máquinas", diz Schlegel.