Estudo: fotos do cérebro de Einstein mostram complexidades incomuns
Fotografias de Albert Einstein tiradas pouco depois de sua morte e nunca antes analisadas detalhadamente revelaram que o cérebro do físico apresentava diversas características incomuns, oferecendo pistas tentadoras a respeito da base neural de suas habilidades mentais. Uma equipe da Universidade do Estado da Flórida estudou 12 fotos do Museu Nacional da Saúde e Medicina em Maryland, Estados Unidos, e comparou as imagens a modelos de outros 85 cérebros.
Segundo a revista Nature, durante a autópsia de Einstein, o patologista Thomas Harvey manteve o cérebro do físico conservado em formol para, depois, tirar dúzias de fotografias em preto e branco antes de corta-lo em 240 blocos. Após o corte, Harvey retirou amostras de tecido de cada bloco, montando-os em lâminas microscópicas e distribuiu-as para alguns dos melhores especialistas em neuropatologia do mundo.
A autópsia revelou que o cérebro de Einstein tinha um tamanho menor do que o normal e análises subsequentes mostraram as mudanças que normalmente ocorrem com o passar do tempo. Os fragmentos cerebrais foram guardados em uma jarra com formol no escritório de Harvey. Décadas depois, diversos pesquisadores pediram algumas amostras e durante novas análises notaram algumas características curiosas. Um estudo feito em 1985 mostrou que duas partes do cérebro do físico continham um número elevado de células não neurais, o que não é comum.
A equipe da antropologista Dean Falk, da Universidade do Estado da Flórida, observou uma "complexidade e modelos de enrolamentos em certas partes do córtex cerebral de Einstein", especialmente no córtex pré-frontal e nos lobos parietais. De acordo com os pesquisadores, muitas fotos foram tiradas de ângulos diferentes, mostrando estruturas que não eram visíveis em imagens que foram analisadas anteriormente.
De acordo com o novo estudo, publicado no dia 16 de novembro no jornal Brain, o córtex pré-frontal é importante para o tipo de pensamento abstrato que Einstein teria necessitado para seus experimentos mentais famosos na natureza de espaço e tempo. O modelo complexo e incomum de convoluções encontrado provavelmente contribuiu para suas habilidades marcantes.
Falk e sua equipe também notaram uma característica diferente no córtex somatossensorial do cérebro do físico, parte que recebe informações sensoriais do corpo. Nessa parte do cérebro de Einstein, a região correspondente à mão esquerda é expandida, e pesquisadores sugerem que isso pode ter contribuído para sua facilidade em tocar violino.