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Exercícios e dieta podem retardar envelhecimento das células, diz estudo

Pesquisa americana sugere que combinação de exercícios rigorosos e meditação altera estrutura de cromossomos

17 set 2013 - 10h21
(atualizado às 10h32)
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Cientistas de uma universidade americana descobriram que uma mudança completa de estilo de vida pode reverter o envelhecimento das células. Eles encontraram indícios de que uma rotina rígida de exercícios físicos, dieta e meditação podem reduzir o ritmo de envelhecimento celular.

A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. O estudo foi publicado na revista científica Lancet Oncology. Os cientistas afirmaram, contudo, que as conclusões ainda não são definitivas.

A pesquisa avaliou 35 homens com câncer de próstata. Aqueles que mudaram seu estilo de vida apresentaram células mais novas em termos genéticos.

Estudo

Os pesquisadores observaram mudanças visíveis nas células de um grupo de 10 homens que adotou uma dieta à base de vegetais e seguiu à risca uma rotina recomendada de exercícios físicos. Eles também passaram a fazer meditação e ioga, com o intuito de se livrar do estresse.

Segundo os cientistas, as mudanças estão relacionadas às capas protetoras nas extremidades dos cromossomos, chamadas telômeros. O papel desses dispositivos é proteger a extremidade do cromossomo e prevenir a perda de informação genética durante a divisão celular.

À medida que o ser humano envelhece e suas células se dividem, os telômeros diminuem de tamanho – sua estrutura fica enfraquecida, enviando uma espécie de "mensagem" às células para que elas parem de se dividir e morram.

Os pesquisadores sempre se questionaram se esse processo seria inevitável ou poderia ser interrompido ou mesmo revertido. O professor Dean Ornish e sua equipe mediram a extensão dos telômeros no começo do estudo e depois de cinco anos.

No grupo de 10 homens com baixo risco de câncer de próstata que mudou o estilo de vida, o comprimento dos telômeros aumentou cerca de 10%. Comparativamente, a extensão dos telômeros diminuiu, em média, 3% no grupo restante de 25 homens que não adotaram qualquer mudança em seus hábitos.

Envelhecimento celular

Telômeros menores estão associados a uma ampla gama de doenças relacionadas à idade, incluindo cardiopatias e vários tipos de câncer.

O estudo não analisou se as mudanças no estilo de vida e no comprimento dos telômeros tiveram um impacto na evolução do câncer, mas os pesquisadores afirmam que isso ainda será objeto de investigação.

Segundo Ornish, "as implicações desse estudo podem ir além de homens com câncer de próstata. Se validado por estudos controlados feitos de forma aleatória em larga escala, essas mudanças de estilo de vida podem reduzir significativamente o risco de uma grande variedade de doenças e de mortalidade precoce".

"Nossos genes, e nossos telômeros, são uma predisposição, mas não necessariamente o nosso destino".

Lyn Cox, especialista em bioquímica na Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirmou que não foi possível chegar a nenhuma conclusão a partir do estudo, mas acrescentou: "No geral, no entanto, as descobertas desse relatório de que as mudanças no estilo de vida podem ter um efeito positivo nos marcadores da idade amparam os benefícios pela adoção de hábitos de vida mais saudáveis".

Especialistas afirmam que a redução do comprimento dos telômeros não é a única explicação para o envelhecimento humano. Humanos, por exemplos, têm telômeros mais curtos do que primatas e ratos, mas vivem mais.

Estudos realizados anteriormente mostraram que pessoas que levam uma vida sedentária podem envelhecer mais rápido, uma vez que seus telômeros diminuem de tamanho a um ritmo também mais veloz.

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