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Faces humanas evoluíram para serem reconhecidas, diz estudo

Pesquisadores revelaram que o número de características faciais é muito superior ao de outros aspectos do corpo

17 set 2014 - 14h51
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As faces humanas evoluíram para serem únicas porque nós reconhecemos uns aos outros pela visão, revelaram cientistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, em um estudo divulgado no jornal online Nature Communications nesta quarta-feira. A informação é do Huffington Post.

Os cientistas avaliaram a variabilidade da face humana a partir de um banco de dados do Exército dos EUA que contém medidas corporais compiladas de homens e mulheres de 1988. Uma comparação dos traços faciais dos europeus, americanos e afro-americanos, como a distância entre a testa e o queixo, a largura do nariz e outras características do corpo, como o comprimento do antebraço ou a altura na cintura, mostrou que as características faciais são mais variadas do que as outras. Os traços mais variáveis estão situados dentro do triângulo dos olhos, boca e nariz. 

A equipe de pesquisa também teve acesso aos dados recolhidos pelo projeto Genoma 1000, que sequenciou mais de 1.000 genomas humanos desde 2008 e catalogou quase 40 milhões de variações genéticas entre humanos de todo o mundo, e descobriu que  a variação facial foi aprimorada através da evolução. 

O ecologista comportamental, Michael Sheehan, co-autor do estudo, disse que muitos animais usam cheiro ou som para identificar os indivíduos, tornando as características faciais distintivas sem importância, mas os seres humanos são diferentes. "Os seres humanos são incrivelmente bons em reconhecer rostos e nosso estudo mostra que eles foram selecionados para serem únicos e facilmente reconhecíveis. É evidente que é benéfico para mim para reconhecer os outros, mas também é benéfico para mim ser reconhecido. Caso contrário, seríamos todos semelhantes", explica.

"A variação genética tende a ser eliminada pela seleção natural no caso de características que são essenciais para a sobrevivência. mas aqui é o contrário; seleção é a manutenção de variação. Tudo isso é consistente com a idéia de que houve seleção de variação para facilitar o reconhecimento dos indivíduos", complementa Michael Nachman, geneticista populacional e co-autor do estudo.

A dupla também comparou os genomas humanos com genomas sequenciados recentemente de Neandertais e encontrou variação genética semelhante, o que indica que a variação facial em seres humanos modernos deve ter se originada antes da divisão entre essas diferentes linhagens. "Claramente, reconhecemos as pessoas por suas várias características, mas nosso estudo mostra que é, predominantemente, através do rosto que reconhecemos as pessoas", conclui Sheehan.

Fonte: Terra
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