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'Hobbits' da Ilha de Flores teriam encolhido para sobreviver

Homem de Flores teve de adaptar suas necessidades a recursos pouco abundantes

17 abr 2013 - 13h15
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Paleoantropólogo indonésio T. Jacob apresenta crânios de "hobbit" (esq.) e humano moderno (dir.) em 2004
Paleoantropólogo indonésio T. Jacob apresenta crânios de "hobbit" (esq.) e humano moderno (dir.) em 2004
Foto: AFP

Talvez tenha sido porque suas atividades não floresceram em sua ilha da Indonésia, há mais de 12 mil anos, que os chamados "hobbits" de Flores viraram anões, reduzindo o perfil de suas ambições para sobreviver melhor em um ambiente de recursos limitados, afirma um estudo que será publicado esta quarta-feira.

Com cerca de 1 metro de altura e 25 quilos de peso, o 'Homo floresiensis', que viveu na ilha de Flores era, ainda, dotado de uma cabeça incomumente pequena em comparação com o corpo, contendo um cérebro de tamanho similar ao de um chimpanzé.

Apelidados de "Hobbits", em alusão aos pequeninos personagens da saga O Senhor dos Anéis, de J.R.R Tolkien, sua origem e anatomia são o cerne de uma viva controvérsia desde a descoberta de fósseis de alguns deles em 2003.

Espécie à parte ou descendente de outros hominídeos?

Segundo cientistas japoneses, que fizeram um 'scanner' tridimensional do crânio de um indivíduo, o Homem de Flores seria um puro produto da evolução local, um descendente perdido do 'Homo erectus', que teria progressivamente encolhido através das gerações para adaptar suas necessidades a recursos pouco abundantes.

Este fenômeno de "nanismo insular" já é bem conhecido entre os animais. Os hipopótamos pigmeus que viveram antigamente em Madagascar apresentavam também um cérebro 30% menor em proporção ao seu tamanho. E graças a vestígios encontrados em uma caverna, sabe-se que o Homem de Flores caçava e comia elefantes pigmeus que certamente passaram pelo mesmo fenômeno evolutivo.

"É possível que um 'Homo erectus' de Java tenha migrado para uma ilha isolada e evoluído como 'Homo floresiensis' em razão de um nanismo insular marcado", avaliou Yousuke Kaifu, do Museu Nacional da Natureza e da Ciência de Tóquio, que publica seus trabalhos na revista britânica Proceedings of the Royal Society B.

O volume reduzido do cérebro dos "homens pequeninos", 426 centímetros cúbicos, segundo a modelagem realizada por cientistas japoneses contra 860 centímetros cúbicos do 'Homo Erectus' e cerca de 1.300 cm³ do homem moderno, seria unicamente vinculado a uma adaptação adquirida ao longo de milênios.

Os cientistas deram, ainda, outras explicações para seu nanismo exacerbado e sua cabeça pequena (microcefalia). A primeira é que estes "hobbits" descenderiam de um hominídeo mais primitivo que o 'Homo erectus', o 'Homo habilis', que possuía um cérebro reduzido. Mas nada jamais comprovou que este primata africano tenha posto os pés na Ásia.

A microcefalia do Homem de Flores poderia também ser resultado de uma doença neurológica, o cretinismo, provocada pela falta de tiroxina (hormônio produzido pela tireoide), uma enfermidade que poderia ter sido causada por uma carência ligada a uma dieta alimentar muito pobre em iodo.

Anões talvez, mas não cretinos a ponto de não saber caçar, produzir fogo e usar utensílios de pedra para destrinchar suas presas, contra-argumentam os críticos desta teoria.

Doença rara deixa menino chinês com pé de "hobbit":

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