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Pesquisa

Jovem desenvolve tumores após utilizar células-tronco

17 fev 2009 - 15h52
(atualizado às 17h11)
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Um adolescente que sofre de uma rara doença genética desenvolveu tumores de caráter benigno no cérebro e na medula espinhal, após passar por tratamento com células-tronco embrionárias, em um caso inédito. Os pesquisadores do Cheeba Medical Center, em Israel, que acompanharam este estranho caso, documentam nesta terça-feira na revista PLoS Medicine os efeitos do tratamento celular regenerativo neste adolescente.

Ele sofre de uma doença hereditária chamada Ataxia Telangiectasia e se submeteu em 2001, aos nove anos de idade, a um tratamento regenerativo em um hospital de Moscou, no qual por diversas vezes células-tronco germinais neurais foram injetadas em seu cérebro e em seus fluidos.

A Ataxia Telangiectasia é uma complexa patologia, causada por uma mutação em dois genes chamados ATM, e se caracteriza pela degeneração da região do cérebro que controla o movimento e a fala. Após reclamar de recorrentes dores de cabeça, em 2005, os médicos o submeteram a uma ressonância magnética, que revelou crescimentos celulares anormais no cérebro e na medula espinhal.

Em 2006, eles retiraram a massa da medula, que posteriormente analisaram no laboratório; nela encontraram células de neurônios e da glia que formavam um tumor glioneuronal. Além disso, havia células com cromossomos XX (pertencente ao sexo feminino) e XY (relativo ao sexo masculino) com cópias saudáveis do gene ATM. Os pesquisadores descobriram que esse tumor derivou de células-tronco embrionárias de dois indivíduos que não eram o paciente.

Embora as massas do cérebro, que seguem crescendo lentamente, não tenham sido examinadas, os numerosos locais em que os tumores foram encontrados indicam que eles provavelmente apareceram de forma independente, a partir das células transplantadas em diferentes localizações. A lentidão do crescimento dos tumores e a aparência bem diferenciada das células sugerem que eles são relativamente benignos.

A equipe médica explica que a proliferação dos tumores neste paciente pode ter ocorrido devido ao fato de o sistema imunológico dos doentes de Ataxia Telangiectasia ser normalmente danificado. Normalmente, este sistema atua para abortar o crescimento das células tumorais. Este é o primeiro exemplo de tumor cerebral derivado do transplante de células-tronco neurais.

Por isso os pesquisadores, que expressaram sua preocupação, pedem que se aprofunde na pesquisa dos tratamentos com células-tronco germinais e que se acompanhem os pacientes que já se submeteram a este tipo de tratamento. Os transplantes com células-tronco são recomendados em tratamentos para determinadas doenças neurodegenerativas. As células-tronco podem substituir os neurônios e as células da glia danificadas ou mortas.

Trata-se de dois tipos de células muito especializadas do cérebro e da medula espinhal que compõem o sistema nervoso e que não se reproduzem. As células-tronco embrionárias não são diferenciadas, se replicam de forma indefinida e têm o potencial de se transformar em células muito especializadas, características indicadas para sua utilização em diversos tratamentos.

EFE   
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